Memória Cinematográfica

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Procurando Nemo

Com o intuito de mostrar como a vida acontece na Grande Barreira de Coral australiana, o diretor Andrew Stanton mergulhou fundo. E foi neste ambiente que ele idealizou o longa-metragem “Procurando Nemo” (“Finding Nemo”). O filme, lançado em 2003, retorna aos cinemas nesta sexta-feira, 12, em versão 3D.

A trama, que é capaz de emocionar crianças e adultos, mostra, com riqueza de detalhes, a vida submarina cheia de cores fortes. “Procurando Nemo” inicia com a apresentação do local onde vivem os peixes-palhaços Marlin e Coral. A narrativa, então, faz um flashback e conta como os dois se conheceram até chegar ao momento atual, ou seja, enquanto os dois cuidam dos 400 mil ovos que estão sendo aguardados com ansiedade pelo pai, pois ele quer saber se os filhos irão gostar dele.

Até que um grande peixe com cara de malvado aparece e come a fêmea e todos ovos, sem chance de defesa. Quando Marlin se dá conta, repara que apenas um ovo ficou intacto. Para atender a vontade da mãe, Marlin batiza o filhote de Nemo.

Daí em diante, eles levam uma vida comum: o menino vai para a escola, o pai fica temeroso a respeito do seu primeiro dia de aula, se chateia por ter de se separar do filho. Até que Nemo desobedece ao pai, vai para o oceano e um mergulhador o captura e leva-o para um aquário do consultório de um dentista, em Sidney, na Austrália.

A partir daí, “Procurando Nemo” se transforma em um road-movie, mas, ao invés de se passar na estrada, as cenas são “rodadas” no fundo do mar. Então, o espectador tem a oportunidade de conhecer e visualizar a enorme variedade de vida marinha que o oceano guarda.

 

Um dos momentos mais engraçados e memoráveis da fita é quando a peixe Dory, que Marlin conhece no meio da sua jornada, monstra que tem perda de memória recente e faz piada com o sofrimento do peixe-palhaço, mesmo sem ser intencional e vive repetindo as mesmas perguntas. Outra cena fantástica envolve a baleia e Dory, que afirma saber falar “baleiês”.

Destaque também para as tartarugas marinhas que Marlin encontra na Corrente Leste Australiana. Ela falam de um jeito malandro, lembrando as gírias dos surfistas brasileiros.

Embora a Pixar, produtora do filme, não utilize aqui música com os seus personagens cantando tal como a Disney gosta de fazer em toda produção, a trilha sonora entra em momentos nos quais o espectador está fragilizado com a situação e a canção reforça esse sentimento. Não chega a ser apelativo, mas no momento é difícil de segurar o choro – ainda mais quando entra o fator pessoal e cada um relaciona o comportamento do personagem à sua vida pessoal.

As imagens e o colorido do oceano são fidedignos à realidade e o local onde situa a trama, mar que banha a Austrália, é perfeito para retratar o fundo do mar, já que possui um dos maiores e mais completos recifes de coral do mundo.

O diretor Andrew Stanton teve a ideia de filmar o mar em 1992, enquanto fazia “Toy Story”. A vontade aumentou ainda mais quando foi ao Marine World, local onde os tubarões nadam ao redor do visitante. Quando passeou com o seu filho no parque e ficou repreendendo-o o tempo todo, pensou em contar uma história a respeito do relacionamento entre pai e filho, mostrando o ponto de vista do pai.

Além da representação fiel da vida marinha (toda a equipe de animadores praticou o mergulho durante a produção do filme), o longa discute o relacionamento familiar e a dificuldade que os pais têm de criar o filho para o mundo. A fita trata ainda da perda e dos perigos aos quais todos estão submetidos, além de amizade, persistência e fé. Fé em encontrar o que está perdido e nunca desistir.

Na versão 3D, o filme ganha em profundidade, o “aquário gigante” que o espectador vê na tela tem mais precisão, ainda que não existam cenas cujos objetos voem etc. O relançamento de “Procurando Nemo” é uma oportunidade de as crianças que não assistiram ao filme à época do lançamento verem uma das melhores produções do estúdio. Aos que já viram, hora de rever. E com a família toda.
Ainda que já tenha visto, lembre-se de levar o lenço!

O longa foi um dos mais premiados do estúdio, já que ganhou Oscar em 2003 de Melhor Filme de Animação, Globo de Ouro de Melhor Longa-Metragem – Musical ou Comédia e, em 2008. O American Film Institute o nomeou como um dos 10 melhores filmes de animação de todos os tempos.

Em tempo: como é de costume, antes da apresentação do filme, os espectadores podem assistir a um curta-metragem. “Partysaurus Rex”, dirigido por Mark Walsh, traz os personagens de “Toy Story”. Na trama, o dinossauro Rex entra no banheiro e faz novas amizades. Mas, como sempre, acaba causando grandes confusões!

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