Memória Cinematográfica

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Sexo com Amor?

Estreia Nacional 1 fevereiro 2008

Na onda de fazer filmes com atores de novela, desta vez foi um diretor de novela que resolveu fazer filmes. “Sexo com Amor?”, que chega aos cinemas nesta sexta-feira, dia 1º de fevereiro, marca a estréia de Wolf Maya, o mesmo da novela “Duas Caras”, do lado de lá das câmeras.

Para fazer o filme, que tem produção de Walkiria Barbosa (a mesma de “Sexo, Amor e Traição” e “Se Eu Fosse Você”), foram escalados atores de destaque na televisão, como José Wilker, Reynaldo Gianecchini, Malu Mader, Maria Clara Gueiros, Carolina Dieckmann. Segundo o diretor, são seus amigos.

O filme conta a história de três casais. Rafael (Reynaldo Gianecchini), casado com Paula (Malu Mader), que está grávida, sempre chega tarde em casa, pois aproveita para dar uma “saidinha” com uma aeromoça (Danielle Winits) e com a secretária (Nanda Costa). O outro casal é formado por Jorge (José Wilker) e Mônica (Marilia Gabriela).

Ele, no entanto, tem relacionamento paralelo com a professora do seu filho (Carolina Dieckmann), que também tem namorado (Alexandre Piccini). O terceiro é Maria Clara Gueiros, uma dona-de-casa casada com Pedro (Eri Johnson), que recebe a sobrinha (Natasha Haydt) em férias dentro de casa.

Daí pra frente, já dá para se ter uma noção do que se verá na tela. Maria Clara e Eri é o único casal que funciona, pois os dois possuem um timing muito bom para a comédia e a química ajuda. Já Gianecchini força a sua interpretação, de modo que o espectador percebe que ele está atuando e não apresenta uma verdade.

Embora José Wilker pareça à vontade no papel, a frieza de Marilia Gabriela não ajuda, assim como o jeito lolita de Carolina, que faz o papel de uma professora hippie. Danielle Winits, que faz uma aeromoça americana, força o sotaque e se torna uma personagem risível.

Embora o título do filme seja uma pergunta, “Sexo com Amor?” não aborda a questão, apenas oferece gags com situações supostamente cotidianas que mostra a traição de casais, geralmente por parte dos homens.

Wolf Maya deixa os atores à vontade e tem o seu “momento Hitchcock” quando aparece na produção como o diretor do programa de TV apresentado pelo personagem de Wilker. Tão à vontade, que há passagens constrangedoras, de fazer o espectador corar. Por exemplo, a cena em que Maria Clara vai ao ginecologista. Desprezível.

Do meio para o final, a comédia vira drama. É quando as traições começam a aparecer. O filme peca por ser “over”, por ter interpretações forçadas e uma narrativa que não se sustenta. Além da estética de televisão, com direito a música-tema, a construção dos personagens é rasa, de modo que o espectador não consegue se apegar a nenhum.

Embora o cinema brasileiro precise de um empurrão para emplacar e tenha feito bonito com produções como “Meu Nome Não é Johnny”, “Tropa de Elite”, “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, “Cidade de Deus”, e por aí afora, “Sexo com Amor?” é um filme nacional que não fazia falta em nossa cinematografia. E continua não fazendo.

 

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