Seguindo a tendência de filmar mais de um longa-metragem ao mesmo tempo, tal como fez Peter Jackson durante a trilogia “O Senhor dos Anéis”, Gore Verbinski realizou “Piratas do Caribe: O Baú da Morte”, lançado no ano passado, ao mesmo tempo que “Piratas do Caribe: No Fim do Mundo” (“Pirates of the Caribbean: At World´s End”), que tem estréia nesta sexta, 25.
A segunda parte da franquia deixou algumas rebarbas no final, dando a entender que mais uma parte viria para arrematar a história.
Na fita, o lorde Cutler Beckett (Tom Hollander), da Companhia das Índias Orientais, tem o controle do navio fantasma, o Flying Dutchman, e de seu capitão Davy Jones (Bill Nighy). Com a intenção de derrotar Beckett, Will Turner (Orlando Bloom), Elizabeth Swann (Keira Knightley) e o capitão Barbossa (Geoffrey Rush) seguem em missão para reunir os Nove Lordes da Corte da Confraria, mas ainda está faltando um deles, o capitão Jack Sparrow (Johnny Depp), que está desaparecido.
Então, antes de tudo, eles terão de encontrar Sparrow para seguir com a missão. Também fazem parte das buscas Tia Dalma (Naomie Harris), Pintel (Lee Arenberg) e Ragetti (Mackenzie Crook), que vão primeiro a Cingapura enfrentar o pirata chinês Sao Feng (Chow Yun-Fat) para conseguir os mapas de navegação e um barco, que os levará ao fim do mundo para resgatar Jack. Além do alto-mar, os personagens também passam pelo gelo e pelo deserto, mostrando que narrativa é bastante flexível.
Cada personagem, aliás, tem a sua meta e por isso nenhum deles é confiável quando se fala em objetivo comum. Nesta seqüência, há os desfechos das histórias iniciais e Keira está mais ágil com a espada, de modo que sua personagem, Elizabeth, chega a ser nomeada capitã em um dos momentos.
Uma das novidades é que ela se casa com Will durante uma batalha no navio (a cena prova um dos exageros da fita). Capitão Barbossa também é um dos destaques da fita e, em uma das reviravoltas, ele filosofa: “Está morrendo o dia pelo qual vale a pena viver”.
Ainda mais exagerado do que “Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra”, esta terceira, e por enquanto última parte, extrapola nos efeitos especiais, na maquiagem, no figurino da época, na câmera nervosa que acompanha as inúmeras lutas entre os inimigos. A música de Hans Zimmer não cessa por nem um minuto e tem praticamente o mesmo tema durante as quase três horas de projeção. O tempo e a música, aliás, são os principais problemas da fita, que embora tenha um som envolvente, cansa. O mesmo acontece com o excesso de duração, pois dispersa o espectador em alguns momentos e é exaustivo.
Mais uma vez, o filme é todo de Johnny Depp que, a exemplo dos anteriores, tem uma brilhante atuação e prova que ainda é possível fazer filmes de piratas sem ficar caricato e, claro, com o bom-humor de sempre. Nesta seqüência ele tem a oportunidade de contracenar com ele mesmo em uma de suas muitas alucinações. Impagável! As duas aventuras bateram recordes de bilheteria no mundo, atingindo mais de US$ 1 bilhão. Nesta, a aposta é alta: serão mais de 670 cópias no Brasil. Em tempo: não deixe a sala de projeção antes dos créditos finais.