O que será que os animais da fazenda fazem assim que o fazendeiro dá as costas, volta para a cidade e deixa todos eles sozinhos? Bem, a imaginação rola solta e bastante coisa pode ser conferida em mais uma animação dedicada ao mundo animal, depois de “Madagascar“, “Selvagem”, “Os Sem-Floresta“.

O longa-metragem “O Segredo dos Animais” (“Barnyard”) é dirigido, escrito e produzido por Steve Oedekerk (“Ace Ventura”, “O Professor Aloprado”) e estréia nesta sexta-feira, dia 27 de outubro.

Na trama, o boi Otis (com voz de Kevin James, na versão original), é o mais festeiro de todos, rebelde, sem responsabilidade e filho do líder, o boi Ben (Sam Elliott). Seu companheiro Pip, o rato, (Jeff Garcia), é inseparável, está sempre em cima da sua cabeça.

Assim que o fazendeiro dá o milho para as galinhas se alimentarem, ele sai e as ovelhas se antecipam: “tá limpo”. Vai começar a folia na fazenda!

E quando se fala em folia, entende-se no melhor sentido literal da palavra, pois os bois, os cavalos, as galinhas, as vacas, os ratos, os porcos, enfim, todos os animais se juntam, andam sobre duas patas, se divertem com a imitação que Otis faz do carteiro.

Na “festa rave” realizada no celeiro durante uma noite estrelada, os animais cantam, dançam, bebem. Lá ele conhece Deise (Courteney Cox), uma vaca graciosa, recém-chegada no local, que está grávida, e vive acompanhada de Bete (Wanda Sykes), uma vaca ranzinza que só reclama da vida.

O que eles não contavam, porém, é que coiotes apareceriam naquela noite para levar pelo menos seis galinhas com o intuito de fazer um cozido. Como líder, Ben tenta defendê-las, mas o pior acontece: ele morre e deixa Otis órfão (um dos momentos mais tristes do longa). A cena mais marcante talvez seja a conversa  entre pai e filho naquela noite, sob a luz das estrelas: momento de reflexão.

Otis então torna-se o novo líder, mesmo a contragosto dos cachorros, que são considerados leais, protetores, mas têm defeitos, como todos os outros: não podem ver uma bola, que saem atrás; não podem ver uma comida, que já abanam o rabo.

A idéia de se fazer esta animação surgiu há quase vinte anos, mas só agora deu certo. Com música de John Debney (“A Paixão de Cristo“), a trilha sonora é um dos pontos altos da animação, que conta com canções de Aerosmith, Peter Gabriel, Tom Petty.

Os personagens irreverentes e a direção que mostra em close e também em planos abertos com muitos personagens em cena torna o longa espirituoso, divertido, engraçado e extremamente bem cuidado.