Johnny Depp e Angelina Jolie juntos em um thriller que começa em Paris e termina em Veneza. Ora, o que mais o espectador que vai atrás de diversão no cinema pode querer ver na tela grande? Ele, que já foi eleito o homem mais sexy do mundo, e ela, bom, sem comentários…
Em “O Turista” (“The Tourist”), Angelina Jolie faz o papel de Elise, uma mulher misteriosa e envolvente, que atrai os olhares por onde passa. Neste caso, porém, não é apenas a sua beleza estonteante que faz os homens admirá-la, mas, sim, como veremos adiante, ela está sendo espionada. O objetivo é descobrir o paradeiro de seu amante, Alexander Pearce, que está sendo procurado pela polícia internacional por uma dívida tributária (e por ter roubado milhões de um gângster).
Enquanto toma um chá em um dos simpáticos cafés da capital francesa, Elise recebe uma carta e, após queimá-la assim que termina de lê-la, sai em direção ao metrô. E é no trem, rumo a Veneza, na Itália, que conhece Frank (Johnny Depp).
A partir daí, começam sequências de jogos de mentiras e o espectador é convidado a participar de ambos os lados, sempre com, agora, sim, Veneza como pano de fundo. Seja em lanchas que cruzam o canal da cidade, seja no hotel de luxo por onde passaram famosos escritores do início do século 20, os cenários são magníficos.
A química dos dois atores funciona, embora eles nunca tivessem se visto antes. Mas o que incomoda, claro, é o modo arrumadinho como as coisas acontecem, de maneira que o plano de ambos os lados começa a dar certo.
Enquanto Angelina, que é norte-americana, tenta fazer um sotaque britânico, Depp, também americano, mas que vive na Inglaterra, tenta fazer o sotaque americano e ambos ficam forçados. Uma das passagens engraçadas da fita acontece justamente por conta do idioma. É quando Depp, hospedado no hotel italiano, se comunica em espanhol ao invés da língua nativa, e derrapa ao responder o cordial “bom dia” (buongiorno, no caso), pois ele diz “Bon Jovi”…
Acostumada a fazer longas de perseguição, tal como “Sr. e Sra. Smith” e “Salt”, Angelina convence no papel que interpreta. E Johnny Depp, que ultimamente é visto em papéis de personagens esquisitos, como o Chapeleiro Maluco, em “Alice no País das Maravilhas”, ou o capitão Jack Sparrow, em “Piratas do Caribe” (só para citar dois…), também está ótimo como o sedutor que é pego de surpresa em uma correria policial.
O problema no filme dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck (de “A Vida dos Outros”), é que, ainda que o longa-metragem seja repleto de diversão, o suspense que tenta criar não funciona, pois, a um dado momento, se torna bastante previsível.