Memória Cinematográfica

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Prometheus

Riddley Scott filmou “Alien, O Oitavo Passageiro” em 1979 e, na sequência, “Blade Runner – O Caçador de Andróides”. Desde então vem pensando em seu próximo longa-metragem de ficção científica.

Neste meio tempo, Scott recebeu o título de Sir e foi nomeado Cavaleiro da Ordem do Império Britânico, em reconhecimento ao valor de sua contribuição para as artes, além de dirigir longas de gêneros diversos, como “Thelma & Louise”, “Gladiador”, “Hannibal”, “Um Bom Ano”, “O Gângster”, “Rede de Mentiras”, “Robin Hood”. Nesta sexta-feira, 15, estreia “Prometheus”, seu mais novo filme de sci-fi.

Diz a lenda que o titã grego Prometeu desafiou os deuses ao dar aos seres humanos o conhecimento de como fazer o fogo, mas foi punido e saiu de Olimpo. Segundo o diretor, em declaração ao material divulgado para a imprensa, o titã é uma metáfora na narrativa.

“Quando se fala sobre o mito no qual o título se baseia, estamos lidando com o relacionamento da humanidade com os deuses – os seres que nos criaram – e com o que acontece quando eles são desafiados.”

Prometheus, no filme, é o nome da nave que leva a equipe de cientistas conduzida por Elisabeth Shaw (Noomi Rapace, do primeiro “Millenium – Os Homens Que Não Amavam As Mulheres”) e Holloway (Logan Marshall-Green, de “Across the Universe”), sai em expedição a bordo da nave Prometheus e tem a missão de descobrir respostas a algumas das questões mais profundas da vida.

Elisabeth é religiosa e Holloway procura desmascarar essas noções espirituais. Além dos dois, equipe é formada por outros geólogos, biólogos e toda sorte de cientistas que têm a missão de descobrir sobre os seres humanos. A fita discute sobre a humanidade no futuro, uma vez que se passa no ano de 2089.

O longa-metragem de Riddley Scott é barulhento, a música alta não para um minuto sequer. Para compensar, o visual, principalmente na versão Imax 3D, que foi a que eu vi em sessão reservada à imprensa, é incrível!

O diretor abusa dos efeitos especiais, como é comum em filmes de ficção científica, principalmente porque muita coisa é imaginada. Mas, na mesma proporção que o visual é bacana, a história é chata, burocrática e sem um pingo de senso de humor. Os diálogos são muitas vezes desnecessários e a maior parte deles serve para narrar o que os pesquisadores estão fazendo.

Entre descobertas científicas, seres gosmentos – que, aliás, remetem ao “Alien” – e possíveis intrigas entre a tripulação da nave, que inclui Guy Pearce (“O Discurso do Rei”) e Charlize Theron (“Jovens Adultos”), o longa se desenrola de maneira desinteressante, com cenas que misturam horror e nojo, ainda que a cena do parto de uma das personagens seja bastante interessante.

A atriz sul-africana Charlize Theron é uma das boas surpresas da fita, mas ela já pôde ser vista em papéis mais convincentes.

“Prometheus” é o filme-pipoca da semana, que deve lotar as salas de cinema, principalmente por pessoas que apreciam longas do gênero e não fazem questão de ter performances aprimoradas dos atores nem diálogos bem construídos. Ao final, a certeza que haverá uma continuação.

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