Ninguém confiou que “Moonlight – Sob a Luz do Luar” (“Moonlight”) teria potencial para ganhar o Oscar de melhor filme. Nem mesmo quem apresentou o vencedor na noite do dia 26 de janeiro, no Kodak Theatre, em Los Angeles (EUA).
Para quem estava em Marte: ao apresentar o último prêmio da noite, os atores Faye Dunaway e Warren Beatty anunciaram “La La Land” como o vencedor na categoria principal da premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Porém, dois minutos depois, quando os produtores do longa sobre jazz e sonhos já tinham feito o discurso de agradecimento, perceberam que o envelope havia sido trocado e que o real vencedor era mesmo “Moonlight”.
O longa-metragem, dirigido por Barry Jenkins, conta a história de um garoto, desde quando ele era uma criança até a fase adulta. Negro e vivendo na periferia de Miami, sul da Flórida, ele precisa desafiar o que o destino lhe traçou e superar os preconceitos por ser negro, pobre e também por ser homossexual.
Ele é filho de mãe solteira e dependente de drogas, vivida por Naomi Harris. Um dia conhece Juan Mahershala Ali (de “House of Cards” e vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante), que praticamente o adota, e ensina coisas da vida, inclusive, mesmo sem querer, a sua futura profissão.
Sua mulher, Teresa (Janelle Monáe), o acolhe e o conquista. Mesmo depois da morte de Juan, o garoto continua visitando aquela que o “adotou”.
O protagonista vai sendo construído a cada cena e isso vai encantando o espectador, principalmente por conta do olhar ingênuo que o protagonista parece ter e a sua maturidade, quando vai embora de Miami para descobrir outros locais.
“Moonlight” tem alguns desfechos que não foram claramente resolvidos, mas alguns pontos ficam subentendidos e, ao longo do filme, é possível deduzir. Ou cada um escolhe o fim que quiser.