Memória Cinematográfica

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Operação Valquíria

Estreia 13 fevereiro 2009

O que aconteceu durante a época em que Hitler era chanceler da Alemanha, todas as suas artimanhas, o holocausto, a Segunda Guerra Mundial, as aulas de história já nos contou. No entanto, é o ponto de vista dos alemães que eram contra as atitudes do líder nazista que se baseia a narrativa do longa-metragem “Operação Valquíria” (“Valkyrie”), que estreia nos cinemas nesta sexta-feira, 13 de fevereiro.

O longa, na verdade, é baseado em uma história real de conspiração para eliminar Adolph Hitler (David Bamber). O plano engenhoso é manipulado pelo coronel Claus von Stauffenberg, personagem vivido por Tom Cruise (que também é produtor executivo da fita). Contrariado com as ordens do Führer, o militar não quis assistir impassível à Guerra destruir não apenas a Alemanha, mas boa parte da Europa, e resolveu agir, influenciando outros colegas.

O que esse grupo queria mostrar ao mundo é que seu país não podia ser conhecido apenas como a “Alemanha de Hitler” ou que todos eram a seu favor. Então, o grupo tratou de articular atentados à vida dele. O último que o coronel planejou, e que pode ser conferido em detalhes no longa, foi em julho de 1944, nove meses antes de Hitler se suicidar.

Na tela, porém, o que se vê é uma confusão de acontecimentos e excesso de personagens, de modo que o espectador não chega a torcer por um, além de não se envolver com a narrativa, o que é um ponto negativo.

Este é um dos principais problemas da superprodução que se passa nos anos 1940, com direção de arte impecável. Tom Cruise, aliás, faz o personagem que depois de uma operação na África chega a esta etapa sem a mão direita, sem dois dedos na mão esquerda e um olho de vidro, de modo que ele usa durante boa parte do filme um tapa-olho. “Foi muito difícil. No começo, eu perdia o equilíbrio e imagino com quanto desconforto físico Stauffenberg teve de conviver. Também foi um desafio para mim, do ponto de vista da atuação, comunicar-me usando apenas metade do rosto”, diz ele no material de divulgação para a imprensa.

A fita é dirigida por Bryan Singer, cujos últimos filmes que comandou foram os de super-heróis, como “Superman – O Retorno” e “X-Men, O Filme”, o que, de certa maneira, dá um tom de herói ao coronel, embora a atuação de Cruise não seja excepcional, principalmente por sua frieza (que se justificaria pelo fato de se tratar de um alemão). Mas na ficção é preciso, como se sabe, dar um toque pessoal, fazer com que o personagem seja humano para que haja empatia com o público.

Não resta dúvida que a posição de astro de Tom Cruise faz com que ele seja mais cobrado por seus fãs, principalmente porque ele chegou até lá devido ao seu rosto bonito e ao seu sorriso que fora descoberto quando interpretou o Asa Indomável em “Top Gun” (1986). É possível de se pensar, a certa altura, embora o tom do filme seja completamente diferente, que a interpretação de Cruise aqui é a mesma que fora em 1986, com exceção do tapa-olho.

Há quem possa distinguir também os diferentes sotaques, haja vista que todos falam inglês na Alemanha (!), embora uns com sotaque britânico, outros com alemão e Cruise, o puro-sangue americano.

“Operação Valquíria” não é o melhor filme de Singer, tampouco de Tom Cruise. No entanto, é uma experiência interessante por se tratar da Segunda Guerra e de um ponto de vista que não nos é tão caro.

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