Memória Cinematográfica

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Superman – O Retorno

As franquias de filmes produzidos a partir de Histórias em Quadrinhos não param. Começou com “X-Men”, da Marvel, dirigido por Bryan Singer, em 2000. Entretanto, foi “Homem-Aranha”, de Sam Raimi, em 2002, que superou qualquer expectativa e confirmou que o caminho estava certo, principalmente por conta da resposta vinda das bilheterias.

Os dois filmes tiveram suas continuações em anos seguintes e ainda se espera a terceira parte de “Homem-Aranha”, prometida em 2007. Bryan Singer, aliás, também foi responsável por “X-Men 2”. Quando o convidaram para fazer a terceira parte, o diretor virou a casaca e partiu para realizar o sonho da DC Comics e trazer o Homem de Aço de volta às telas dos cinemas mundiais. A nova aposta da Warner foi bem feita, embora a história tenha flashbacks da infância do rapaz que são dispensáveis para o enredo.

“Superman – O Retorno” (“Superman Returns”), estréia desta sexta-feira, dia 14 de julho, marca justamente a volta de Superman a Metrópolis, depois de ele ter sumido durante cinco anos para ver com os próprios olhos a destruição de Krypton, o seu país natal. Vivido desta vez por Brandon Routh, após ter sido eternizado por Christopher Reeve, a partir de 1978, Superman também é Clark Kent, quando está disfarçado de repórter do Planeta Diário.

Durante a sua ausência, o terrível Lex Luthor (Kevin Spacey, ótimo!) saiu da cadeia e está aprontando com a cidade. E enquanto ele provoca blecaute, a repórter Lois Lane (Kate Bosworth) decide investigar a origem dos apagões. Depois do sumiço de Superman, Lois ficou indignada, uma vez que ele partiu sem dizer nada. Então, ela escreveu a reportagem “Por que o mundo não precisa do Superman” e ganhou o Prêmio Pulitzer.

O diretor do jornal, Perry White, é vivido por Frank Langella. O profissional da imprensa, com seu jeito capitalista de quem quer vender exemplares nas bancas, insiste para que Lois desista da matéria sobre o blecaute e siga para conseguir uma exclusiva com o Superman, e solta a pérola: “Os leitores querem tragédia, sexo e Superman”.

Publicado pela primeira em 1938, o personagem é reproduzido em tirinhas há mais de três décadas em 25 línguas e em mais de 40 países. O primeiro filme foi em 1941, produzido em forma de 17 curtas-metragens.

Depois, o personagem participou de cinco filmes e 35 títulos em vídeo e DVD. O primeiro longa-metragem “Superman and the Mole-Men” foi em 1951. Em 1978 foi lançado “Superman: O Filme” e depois “Superman II, III e IV”. Os dois primeiros, aliás, serviram de inspiração para Bryan Singer produzir o atual. Tanto que é utilizada imagem de Marlon Brando como o pai de Superman, Jor-El, na trama. A intenção de trazer o personagem de volta ao cinema se deve também ao tamanho sucesso do seriado “Smallville”, que conta sobre a juventude do personagem.

A película traz efeitos especiais que fazem explosões nucleares e melhoram o vôo do personagem, conseguido com o uso de equipamento mais moderno, como a câmera Gênesis, que permitiu experiência mais real nas cenas em que o super-herói aparece nos céus. Quando o avião pousa em um campo de futebol, mostra a platéia agitada e feliz (o mesmo deve acontecer nas salas de cinema).

A música-tema de John Williams é a mesma de 1978, fato que oferece ao espectador a chance de ligar os episódios e reconhecer que se trata de um personagem que esteve presente na infância, principalmente, de muitos adultos de hoje. O restante da trilha é composta por John Ottman e ela não se cala, nem nos momentos de maior tensão, quando é preciso um pouco de respiro.

Kevin Spacey, que já tinha interpretado um vilão em “Seven – Os Sete Pecados Capitais”, é um dos pontos altos da fita, uma vez que ele segura a trama e é encarregado da maior parte dos diálogos mais prolongados (mesmo tendo concluído o seu trabalho em apenas seis semanas). Seu jeito carrasco, vingativo e amargo é misturado com um pouco de ironia e humor, principalmente quando ele comenta com Lois sobre o que está fazendo para conquistar o mundo, faturar milhões e matar bilhões de pessoas (sempre exagerado).

Do outro lado, no entanto, Brandon deixa a desejar como o personagem-título. Nada sobre as suas características físicas, que muito se assemelham à figura eternizada por Reeve nos outros longas. No entanto, a impressão que temos é que falta emoção e algumas aulas de teatro e interpretação para o ator chegar lá. E neste caso, nem Superman pode salvá-lo.

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