Memória Cinematográfica

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Soldado Anônimo

tatianna 5 janeiro 2006

O filme é de guerra, mas sem excesso de tiroteio. Na verdade, “Soldado Anônimo” (“Jarhead”), de Sam Mendes (“Beleza Americana”), conta a história da Guerra do Golfo, na Arábia Saudita, que aconteceu em 1990, sob a visão do fuzileiro Anthony Swofford (Jake Gyllenhall).

Ahistória – estréia desta sexta, dia 6 – é baseada no livro homônimo de Swofford, que virou best-seller em 2003. Ele é o narrador do longa-metragem, que foi mandado aos 20 anos para a guerra.

Liderado pelo sargento Sykes, vivido com classe por Jamie Foxx, a fita revela os bastidores de um combate importante com informações sobre as festas que os soldados faziam para passar o tempo, a carência de sexo, as cartas vindas dos familiares que ficaram para trás.

A luta de escorpiões, como se faz aqui no Brasil com os galos, é especialmente interessante. Fatos esses que não constaram dos noticiários da época.

Os treinamentos também são incluídos na história. Vestindo roupas grossas sob um calor escaldante do deserto e máscaras de gás, os fuzileiros convidam o espectador para ver com os seus olhos tudo o que aconteceu naquele local.

Ali também estavam imagens de poços de petróleo queimando e lançando chamas no céu. Cenas que conferem ao longa uma bonita fotografia. A trilha sonora, que inclui canções do The Doors, Talking Heads, entre outros, ajudou a criar o clima vietnamita.

Quando assistem a um filme de guerra no acampamento, os soldados vibram bastante, principalmente porque estão excitados e loucos para começarem a atirar. Não se trata, porém, de um longa político ou de uma história de amor.

“Soldado Anônimo” foca princípios como amizade entre as pessoas que estão longe dos seus entes queridos e se unem em prol de um único objetivo.

A narrativa surpreende o espectador, principalmente porque se trata de um drama psicológico, no qual Jake Gyllenhall se destaca no papel e surpreende no desenrolar da trama com uma interpretação equilibrada e essencialmente convincente.

Foxx também rouba a cena como o sargento que incentiva os fuzileiros a serem bons naquilo que fazem. Por fugir do convencional, o longa-metragem deixa o espectador atento às mudanças de comportamento para entender como será que aquilo vai terminar, já que o desfecho da guerra já ficou gravado na história.

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