Não era apenas na vida real que Paul Walker gostava de velocidade. O ator, morto no ano passado em decorrência de um acidente de carro, participou da franquia “Velozes e Furiosos” e deixou pronto este “13º Distrito” (“Brick Mansions”). Neste longa-metragem, com estreia apontada para quinta, 19, ele também dirige uma van e um Mustang em alta velocidade.
A narrativa, porém, nada tem a ver com carro nem com velocidade. Remake do longa francês “B13 – 13º Distrito”, Walker é um policial em na cidade americana de Detroit e quer vingar a morte do pai, também policial. Coincidentemente, recebe a missão da prefeitura para deter o maior traficante da periferia da cidade, denominada Brick Mansions (daí o nome original do filme norte-americano cujo roteiro foi escrito pelo também francês Luc Besson, autor de “O Profissional”). Como parceiro na batalha para chegar aonde nenhum policial chegou até hoje, ele contará com a ajuda (ainda que não voluntariamente) de Lino (o francês David Belle).
Juntos, os dois vão se infiltrar na periferia com o intuito de resgatar Lola (a colombiana Catalina Denis), a bela namorada de Lino, e, de quebra, ainda pegar o tal traficante, Tremaine Alexander (RZA).
O longa é cheio de clichês, como o fato de o parceiro ser arredio e de desconfiar da polícia, de usarem a namorada como isca, mas em compensação é envolvente e atrai o olhar do espectador já nos primeiros minutos do filme. Nas primeiras sequências, Belle, praticante de parkour, atividade cujo princípio é mover-se de um ponto a outro o mais rápido e eficientemente possível, dá um show de saltos, escapadas e golpes perfeitos. O ator, aliás, é especialista na técnica e trabalhou no filme francês original. Paul Walker também aprendeu como praticar o parkour e o faz com bastante talento ao longo do filme.
A narrativa discute também planejamento urbanístico, quando mostra como a cidade se divide em duas sem o apoio da prefeitura quando não leva infraestrutura, lazer e escolas a todas as regiões da cidade.
No longa, a pancadaria rola solta já nos primeiros cinco minutos, com um balé bem coreografado entre os dois, deixando o espectador tenso.
Com direção de Camille Delamarre, em sua estreia no comando de longa-metragem de ficção, “13º Distrito” traz menos diálogos e mais cenas de ação. Trata-se de um típico filme que vai agradar muito mais aos meninos. Eles não vão se queixar nem do enredo, tampouco das pernas da latina Lola.
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Texto originalmente publicado na GQ.