Feito do modo tradicional, ou seja, à mão, o longa-metragem de animação “Um Gato em Paris” (“Une Vie de Chat”) conta a história policial sobre um ladrão que perambula na Cidade Luz, acompanhado de um gato. Todas as noites, gato e gatuno caminham sobre os telhados.

O gato, na verdade, pertence a Zoé, menina de sete anos e filha da delegada, Jeanne. Depois de perder o pai em um assalto, que também trabalhava na polícia, a garota nunca mais voltou a falar. Agora, a mãe terá de prender o bandido que matou seu marido e descobrir outros crimes que rondam a cidade.

Dirigido por Alain Gagnol e Jean-Loup Felicioli, em suas estreias em longas, a fita chega ao Brasil nesta sexta, 21, depois de ser assistido por cerca de 400 mil pessoas no seu país de origem.

Na contramão dos longas de animação que atualmente são feitos por computador, tal como os produzidos pela Pixar (“Toy Story 3”, “Carros 2” etc.), este foi desenhado à mão pela dupla de diretores que possui 15 anos de experiência na realização de curtas-metragens. Como toda animação, que leva quatro anos para terminar, este projeto demorou mais de cinco para ficar pronto e teve orçamento de cinco milhões de euros.

A fita traz o desenho de Paris de modo estilizado, mas não abre mão dos detalhes, como os telhados característicos da capital francesa, além, é claro, da Torre Eifell e da Catedral de Notre-Dame. Na igreja, aliás, se passa uma das cenas mais envolventes da trama, com direito a luta entre bandidos e exploração dos detalhes das gárgulas presentes na construção em estilo gótico do século 12. Em 2007, a própria Pixar fez um filme em homenagem à Paris: “Ratatouille”, que também se passa na cidade e destaca o trabalho de um com o rato que é chef de cozinha.

A animação inova ao trazer uma história policial dedicada às crianças, mas que também pode ser admirada pelos adultos. “Coloquei algumas pitadas para os cinéfilos. Uma conversa entre os bandidos que lembra [Martin] Scorsese, um quarteto de gângsteres de meia tigela de apelidos esquisitos tirado de ‘Cães de Aluguel’, ou uma cena em homenagem a ‘O Mensageiro do Diabo”, diz Alain Gagnol no material de divulgação para a imprensa.

O nome original, “Une Vie de Chat”, que em uma tradução literal seria “uma vida de gato”, conta sobre como o bichano vive. Trata-se de um belo filme, com roteiro bem amarrado e que, em pouco mais de uma hora, é capaz de prender o espectador com sua história que inclui mistérios, perseguições e, claro, final feliz.