Memória Cinematográfica

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Onde Está a Felicidade?

Estreia Nacional 22 agosto 2011

Se eu realmente quisesse encontrar a felicidade assistindo ao novo filme dirigido por Carlos Alberto Riccelli e escrito por sua esposa (e também protagonista), Bruna Lombardi, teria me lascado. Isso porque a resposta que encontrei vendo “Onde Está a Felicidade?”, caro leitor, é em lugar nenhum.

Na trama, Bruna, belíssima como sempre, é Teodora, apresentadora de programa de culinária na televisão (à la Ana Maria Braga, com direito à mensagem de conforto) especializado em receitas afrodisíacas. Porém, depois de um problema em seu casamento com o comentarista de futebol (também na TV, mas em outro canal), vivido por Bruno Garcia, ela resolve, ao lado do diretor (Marcello Airoldi) e a sobrinha da maquiadora (Maria Pujalte), a espanhola Milena (Marta Larralde), sair de São Paulo, onde vive, e voar até a Espanha, a fim de percorrer o caminho dos peregrinos em Santiago de Compostela.

No meio de toda a confusão e desilusão amorosa (e no estilo das persoangens criadas pelo diretor espanhol Pedro Almodóvar — embora com muita parcimônia nesta comparação, principalmente pelas cores utilizadas), a protagonista vai viver momentos engraçados, outros nem tanto, na busca contínua por essa tal felicidade. Airoldi, aliás, participa da maior parte das cenas engraçadas, principalmente quando resolve falar espanhol, ou melhor, um portunhol bastante tosco.

O marido, que trabalha em um programa de mesa redonda, aproveita para, ao lado dos colegas, discutir o relacionamento, e o filme também faz uma sátira ao formato desses programas.

O longa-metragem, cuja produção é uma parceria entre Brasil e Espanha, venceu o Festival de Paulínia e foi bastante aplaudido pelo público, fato que pode mostrar algum interesse por parte da plateia a este filme, o terceiro de Riccelli e a sua primeira comédia.

O desfecho, que se passa no Piauí, é desnecessário e poderia ser um ótimo motivo para encurtar o longa em 10 minutos.

Algumas piadas são bem pertinentes, outras de mau gosto, principalmente quando envolvem as genitálias masculinas. Outro aspecto que marca o cinema brasileiro é a inclusão de muito palavrão e que, muitas vezes, é desnecessário. Não estou aqui defendendo o puritanismo, mas há ocasiões em que a elegância poderia permanecer e valorizar o bom texto.

“Onde Está a Felicidade?” não oferece respostas e a única pergunta que pode surgir ao espectador é: a que horas vai terminar a sessão?

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