Quem disse que todo filme francês tem final estranho, aliás, muitas vezes nem final tem? “Como Arrasar um Coração” (“L’Arnacoeur”) é uma comédia romântica dirigida por Pascal Chaumeil, em sua estreia no cinema, já que ele tem mais experiência em séries de televisão.
Como primeira produção, aliás, ele não faz feio, até recebeu indicação ao César, o Oscar francês, na categoria de Melhor Filme de Estreia e outras quatro: Melhor Filme, Ator, Ator Coadjuvante, Atriz Coadjuvante – mas não ganhou nenhum.
Assisti ao filme no ano passado, durante um voo entre Paris e São Paulo. Agora, estreia nos cinemas brasileiros. A narrativa, baseada em história real da roteirista e produtora Laurent Zeitoun (que escreveu ao lado de Jeremy Doner e Yohan Gromb), conta a história vivida por Romain Duris.
O protagonista, aliás, é um dos atores mais disputados na França e trabalhou em produções como “Em Paris” (de Christophe Honoré, ao lado de Louis Garrel), “As Aventuras de Molière” (de Laurent Tirard), “Paris” (de Cédric Klapisch), entre outros.
Aqui, ele é Alex Lippi, um sedutor que conquistou e encantou uma tropa de mulheres. No entanto, tal como ele diz no início da fita, este é o seu trabalho, ou seja, ele é contratado para seduzir mulheres novas ou menos novas, francesas ou estrangeiras.
E, geralmente, o desafio aumenta ainda mais, pois elas são comprometidas. Para executar o tal “servicinho”, ele conta com a ajuda da irmã (Julie Ferrier) e do cunhado (François Damiens que, aliás, rouba a cena em diversos momentos).
No entanto, o maior de todos os desafios e que é contado com ênfase no filme de Chaumeil, é que ele terá 10 dias para conquistar a socialite Juliette Van Der Becq (Vanessa Paradis), já que ela está de casamento marcado como inglês Jonathan Alcott (Andrew Lincoln). Para tanto, vai valer tudo. E é exatamente aí que está a graça do longa-metragem que tem 105 minutos de duração.
O filme, que fez um grande sucesso na Europa e já teve seus direitos vendidos para ser refilmado nos Estados Unidos, é ambientado em locações que incluem hotéis de luxo, escritórios, lojas etc. Destaque principalmente para o cenário estonteante quando ao fundo temos Monte Carlo, em Mônaco.
“Como Arrasar um Coração” não tem diálogos bem construídos, como é a característica principal desses filmes feitos do lado de lá do Atlântico, mas o bom humor está presente em toda a fita. De quebra, o que poderíamos chamar de um revival interessante, é a interpretação do casal da dança principal de um dos clássicos dos anos 1980: “Dirty Dancing”, estrelado por Patrick Swayze e Jennifer Grey.
Ainda assim, há algumas cenas que parecem artificiais, afinal de contas, como é possível organizar tramoias tão perfeitas e em tão pouco tempo como essa trupe consegue? “Como Arrasar um Coração” é mais que uma sessão da tarde e um ótimo motivo para rir sem compromisso no cinema. E, de repente, suspirar ao final…