Memória Cinematográfica

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Rio

 

O Brasil está na moda. Não é de hoje, é verdade, mas basta perguntar para qualquer estrangeiro sobre o Brasil que ele vai dizer que gostaria de conhecer o país, principalmente o Rio de Janeiro. Daqui a pouco virão a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, em 2016, para confirmar a quantidade de estrangeiros por aqui.

Deixando de lado as questões políticas e se os prazos para a conclusão das obras para receber os eventos esportivos serão cumpridos, a discussão agora é uma só: a homenagem à Cidade Maravilhosa feita pelo diretor Carlos Saldanha (de “A Era do Gelo 3”), em forma de animação. Saldanha, aliás, foi o res­ponsável pela criação do esquilo Scrat, que ganhou destaque ao longo da trilogia por conta de seu carisma.

Na abertura de “Rio”, longa-metragem que poderá ser visto no Brasil em versões du­bladas e legendadas, em 2D e 3D (em um total inédito de mil cópias!), está o Pão de Açúcar, cartão-postal do Rio, além de pássaros que sambam – o que mais eles poderiam fazer na terra do Carnaval? Corta. Agora estamos na neve, bem longe dali, onde vive Blu.

Blu (com voz de Jesse Eisenberg, de “A Rede Social”, na versão original) é uma arara azul domesticada que não aprendeu a voar e vive em Minnesota, nos Estados Unidos, com sua dona, Linda (Leslie Mann). Tudo parecia estar sob controle até bater em sua porta Túlio Monteiro (o brasileiro Rodrigo Santoro), um amante dos ani­mais que descobre o paradeiro da arara. Ele alega que trata-se do único macho da espécie e que precisa ir para o Rio de Janeiro conhecer a fêmea, Jade (Anne Hathaway, de “O Diabo Veste Prada”), a fim de garantir a perpetuação da espécie.

A partir de então, dona e arara vão desfrutar das belezas naturais, se meter em aventuras e confusões. Do lado de cá da tela, o espectador vai se maravilhando com o show de imagens coloridas e extremamente bem feitas, além de uma história tocante, acompanhada de trilha musical, di­gamos, bem brasileira.

Como nem tudo são flores, vem o drama: a caça ilegal dos animais na ci­dade ensolarada. Juntas, as araras também terão de enfrentar Nigel (Jemaine Clement), uma cacatua mal-humorada que trabalha para os contrabandistas de aves e que vai pedir ajuda aos micos (do mal) para encontrar as duas ararinhas.

Em diversos momentos, Carlos Salda­nha, carioca que há muito vive nos Estados Unidos, homenageia sua terra Natal, a partir do cachecol verde e amarelo de Túlio, da camisa do Brasil, da bandeira pendurada na parede de uma casa na favela, da locali­zação exata do Brasil no globo. E, aqui, Brazil está escrito assim, com Z, ainda que Rita Lee e Roberto de Carvalho já haviam cantado “que o meu Brasil é com S”. Há também partidas de futebol. Isso porque a narrativa é situada entre a Copa do Mundo, ilustrada pelo clássico sul-americano Brasil e Argentina, na televisão, e o Carnaval, com desfile em plena Sapucaí.

 

Quando a fita mostra a cidade vista do alto e a Baía de Guanabara, a paisagem é deslumbrante, sem retoques. Lembra o ra­tinho Rémy saindo do esgoto e se deparando com Paris, na animação da Pixar, “Ratatouille”. Destaque também para a trilha sonora empolgante, que mistura inglês com português, samba, bossa nova, sob os cuidados de Sérgio Mendes.

Na dublagem, as gírias cariocas que sublinham o jeito malandro caem muito bem “Rio” é uma animação que mistura técnica (repare na qualidade das penas e plumagens, tudo parece ser real), com uma história tocante e emocionante, principalmente quando fala sobre assuntos delicados, como contrabando de animais silvestres, maus tratos, família, fazendo jus à afirmação de John Lasseter, criador de “Toy Story”, que não adianta dominar a tecnologia, se não tiver uma boa história para contar e encantar a plateia.

O filme faz uma grande homenagem ao Brasil e ao Rio de Janeiro, além de ser uma propaganda positiva para o país que, se tudo der certo, receberá a próxima Copa e os próximos Jogos Olímpicos.

Em tempo: não saia no “The End”, pois há a continuação com o destino dos personagens.

 

 

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