Memória Cinematográfica

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Fúria de Titãs

3D Blockbuster Estreia 21 maio 2010

Refilmagem de longa-metra­gem lançado em 1981 e dirigido por Desmond Davis, “Fúria de Titãs” (“Clash of the Titans”) estreia nos ci­nemas nesta sexta-feira, 21 de maio, e fala sobre a mitologia grega, a luta entre os homens e os deu­ses do Olimpo.

O diretor francês Louis Leterrier (de “O Incrível Hulk”) aponta as suas lentes para o começo de tudo, quando conta um pouco (em inglês) sobre a mitologia grega, mostra os homens derrubando a es­tátua em homenagem a Zeus, o deus dos deu­ses. Enquanto isso, no Olimpo, onde eles vivem, o pró­prio Zeus (Liam Neeson) reúne-se com os outros deuses para saber o que podem fazer para acabar com a revolta dos homens contra eles. E, em suas palavras, “os homens que desafiam os deuses serão punidos”.

Mas a história escrita pelos ro­teiristas Travis Beacham, Phil Hay e Matt Manfredi é contada a partir da visão e da vida de Perseu (Sam Worthington, o herói de “Avatar”), um semideus (uma vez que é filho de um deus, Zeus, e de uma mortal), que vê o seu suposto pai morrer pela mão de um dos deuses gre­gos e agora quer se vingar, ainda que não saiba que é filho do deus (e se recusa a aceitar).

A luta maior de todas, porém, se­rá contra o vilão Hades (Ralph Fiennes), irmão de Zeus, e que precisa do ódio dos ho­mens para ganhar força (ao contrário de Ze­us, que precisa do seu amor). A partir de então, Perseu, o nosso herói, sairá em busca da aventura que vai salvar a humanidade.

E está dado o início ao épico cheio de figuras mitológicas, como a mortal Medusa; o alado Pégaso; a guia Io (Gemma Arterton); Acrisius (Jason Flemyng) rei que se transforma em uma terrível criatura; Poseidon (Danny Huston), deus dos mares e irmão de Zeus e Hades; a princesa Andrômeda (Alexa Davalos), além de reis e rainhas que vi­vem na Grécia antiga (o longa, ali­ás, foi filmado em Tenerife, nas Ihas Canárias, e no País de Gales, e não na Grécia). E o espectador po­de­rá acompanhar, em três dimensões, toda a sua luta contra a fera Kra­ken, o gigantesco mons­tro com apa­rência de escorpião.

No papel de Zeus, Nee­son é ativo, nada de ficar sentado em um trono, com barba e cabelos bran­­cos. Do mesmo modo é Hades. Fiennes, que já fez o vilão Valdemort, na sé­rie “Harry Potter”, personifica bem o personagem, ao contrário do protagonista, pois lhe falta carisma, empatia e garra para encarar um personagem tão forte como o seu pede.

O mito do herói, sobre aquele que vive no seu mundo mas precisa trilhar outro, geralmente hostil e estranho, enfrentar desafios até receber um prêmio, uma vitória, está presente na obra, obviamente, mos­trando que Hollywood está repleta de roteiros como esses.

Além de a fita discutir poder (entre os deuses do Olimpo e na Terra, entre os mortais), “Fúria de Titãs” fala também sobre família, a falta que o pai faz para o garoto.

Depois de quase 30 anos após lançamento da primeira versão, a tecnologia ajudou nos efeitos especiais desta produção, mas a filma­gem não foi feita em 3D, tal como em “Avatar”, que utilizou câmera es­pecífica. O efeito final, ainda que a plateia precise utilizar os óculos especiais para assistir à obra, não é lá grande coisa. Isso porque a terceira dimensão, neste caso, não acrescenta nada ao filme – talvez só uma ma­neira de cobrar o ingresso mais caro.

“Fúria de Titãs” atualiza o filme feito nos anos 1980 e convida o pú­blico de hoje a conhecer a mitologia. Aqui, porém, não vou discutir sobre o que está certo e o que está errado na mitologia, uma vez que há alguns equí­vocos, mas quem estará falando a verdade, quando o assunto é algo de milhares de anos atrás? Por isso e por outros motivos, como falta de um roteiro consistente, persona­gens melhores desenvolvidos etc., não é preciso sair correndo para vê-lo no cinema. O filme pode esperar – ou ser esquecido, pois nem fará falta ao repertório.

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