Memória Cinematográfica

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A Verdade Nua e Crua

Estreia 23 setembro 2009

Comédia romântica com uma pitada de autoajuda. Assim é “A Verdade Nua e Crua” (“The Ugly Truth”), longa-metragem que estreou dia 18 de setembro, após dois finais de semana em pré-estreia nos cinemas.

Na fita, Abby Richter (Katherine Heigl) é produtora de um programa de televisão que consegue resolver tudo, menos os problemas com o próprio coração. No entanto, sua vida muda quando começa a trabalhar com Mike Chadway (Gerard Butler), um conselheiro sentimental que vai à televisão falar para as mulheres que os homens só pensam em uma coisa quando conhecem uma gata, ainda que se trate de uma mulher bonita e bem-sucedida. Eles só querem levá-las para cama e se satisfazerem sexualmente e por isso há uma lista do que se deve ou não fazer no primeiro encontro.

No entanto, tal como as mulheres, de um modo geral, Abby não acredita nele; crê que o homem ideal vai aparecer e segue para ver se encontra o cara que preenche a lista de suas “exigências”. Ela só pensa em pedir a sua cabeça ao chefe, mas aceita-o desde que ele a ajude a conquistar seu vizinho, Colin (Eric Winter), como deve agir etc. Daí pra frente, o longa se torna previsível e repleto de clichês, com sugestões de atitudes que devem ser tomadas para se conquistar o amor de sua vida.

O tema, vale lembrar, não é novo e já foi abordado várias vezes, inclusive recentemente, por exemplo, no longa “Como Perder um Homem em 10 Dias”, no qual uma jornalista vivida por Kate Hudson precisa conquistar um rapaz e faz tudo errado, induzindo-o a se mandar, para escrever na revista para qual trabalha; em “Eu Odeio o Dia dos Namorados”, de Nia Vardalos, há conselhos de como agir nos primeiros encontros e resumi-los em apenas cinco. Isso porque, segundo sua teoria, é uma maneira de não sofrer e sempre estar no controle da situação.

Dirigido pelo australiano Robert Luketic (de “A Sogra”), “A Verdade Nua e Crua” tem excelente senso de humor e, ainda que seja repleto de estereótipos, o roteiro não chega a ficar arrastado e a obra tem 90 minutos de duração. Os diálogos aproveitam para discutir a relação dos homens com as mulheres e, quando vindo do homem, são comentários ácidos, cínicos e desconfiados sobre a relação a dois.

Para o elenco, Luketic se vale da beleza de Katherine Heigl, ainda que talvez ela não seja a atriz ideal para o papel, pois não se mostra à vontade para fazer uma moça que não se preocupa com a aparência e, para conquistar o namorado, recorre ao amigo que vai às compras com ela, por exemplo, para escolher o vestido ideal, a lingerie perfeita, a faz alongar os cabelos, tudo para agradar o sexo oposto. Mas faz bem quando interpreta uma mulher rígida, controladora, organizada e competente em tudo o que faz.

Por outro lado, porém, o escocês Gerard Butler foi uma escolha acertada, embora ele tenha sido visto no cinema como Leônidas, em “300“, sobre a história “Os 300 de Esparta”, se comportando como um homem viril, arcaico, e nesta comédia romântica se vale de experiências machistas (por que não?) para ajudar as mulheres a conquistar o par ideal. Também protagonista de “P.S. Eu Te Amo”, Butler reúne o timing perfeito para o romance com doses convincentes de humor, além de ser atraente, para contentamento da plateia feminina.

“A Verdade Nua e Crua” é um filme com final manjado e previsível, convencional, possui cenas constrangedoras (como a do vibrador estrelada pela protagonista durante um jantar de negócios), mas consegue divertir o público com piadas de efeito, acrescentar conselhos para a vida e, assim, cumprir a sua função de ser entretenimento para as pessoas que querem rir da própria vida, uma vez que é possível se identificar com algumas situações expostas na tela grande. Só não vale deixar a intuição de lado e seguir os conselhos do personagem ao pé da letra, tendo em vista o retorno certo da conquista!

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