O diretor e principalmente produtor J.J. Abrams é o responsável por fazer fanáticos do mundo todo esperar, há cinco temporadas, cada episódio do seriado “Lost”. É bem verdade que seus trabalhos tenham sido focados mais em televisão que em cinema. No entanto, ele teve sucesso quando filmou “Missão Impossível 3“, lançado em 2006. Desta vez, ele chega aos cinemas brasileiros com o novo lançamento que promete conquistar fãs que já existem e fazer novos adeptos. Isso porque ele foi o responsável por dirigir e produzir “Star Trek”, longa-metragem baseado na série de televisão (“Jornada nas Estrelas”) que fez muito sucesso nos anos 1960.
O filme, que estreia nesta sexta-feira, dia 8 de maio, terá 275 cópias legendadas e dubladas. O número, para se ter uma ideia, não é muito, já que o filme “X-Men Origens: Wolverine“, que estreou na semana passada e ficou em primeiro lugar no final de semana, tinha mais de 500. A diferença do número de cópias (sem se ater ao investimento das distribuidoras) é que “X-Men” é personagem de quadrinhos, cujos fãs são os jovens, justamente os que vão frequentem os cinemas.
Já “Star Trek”, filme baseado em série que existe há mais de 40 anos, tem fãs mais velhos e talvez não frequentem os cinemas com regularidade – principalmente em estreias, quando as salas ficam abarrotadas de gente.
Para quebrar o primeiro questionamento sobre o sucesso ou não de “Star Trek”, aqui vai a minha percepção, que nunca assisti a uma temporada completa ou a qualquer filme: o filme não é só bom porque é bem-feito, bem produzido, repleto de efeitos especiais (justificáveis, é bom dizer), mas principalmente porque o roteiro é conciso, bem construído e, o mais importante, para formar novos fãs: conta a história criada por Gene Roddenberry desde o seu início, ou seja, desde quando Spock e Kirk se odiavam.
Na trama, que começa movimentada com uma cena de ação dentro da nave, uma mulher vai dar à luz em pleno espaço. É quando nasce James Tiberius Kirk (Chris Pine). Alguns anos se passam e ele se torna um adolescente rebelde de Iowa. Em outro lugar está Spock (Zachary Quinto), um vulcano de orelhas pontudas que é excluído por ser filho de uma mulher humana. A explicação de seu pai, no entanto, é incisiva: “Sou embaixador na Terra e por isso preciso conhecer o comportamento dos humanos. Casar com sua mãe foi lógico.”
E é com diálogos como esse, irônicos e cheios de bom humor, que o filme se desenvolve. Além das orelhas pontudas, os vulcanos são parecidos, pois têm o mesmo tipo de corte de cabelos (franjinha reta) e sobrancelhas para cima. O figurino como um todo chama a atenção, pois as mulheres (como a sexy Zoë Saldana, no papel de Uhura) usam vestidos curtos com botas de cano longo (super na moda!) e, como estão em uma escola, o uniforme é vermelho. Do lado do mal, o novo personagem da trama, capitão Nero (Eric Bana, irreconhecível).
Embora Spock seja excluído por ser metade humano, ele é um aluno aplicado e o primeiro de sua raça a ser aceito na Frota Estelar. Por ser determinado, é de sua autoria as questões do teste que pode aprovar ou não os próximos alunos. É aí que Kirk o conhece e é mandando embora. No entanto, com a ajuda do médico, ele segue para a missão dentro da nave Enterprise e… Bom, melhor ver o filme.
Uma das coisas que se pode dizer sobre o filme é o fato de terem humanizado os personagens (ainda que muitos sejam extraterrestres!), de maneira que foca o problema na morte da mãe de Kirk, no fato de a mãe de Spock ser humana, de modo que eles têm sentimentos e sofrem com as perdas, e com os ganhos, uma vez que se apaixonam também. Outra chance para fazer humor é dada ao engenheiro da nave, Scotty (Simon Pegg), que pôde ser visto recentemente em “Um Louco Apaixonado“. E também pelo oficial Pavel Andreievich Chekov, cujo sotaque russo é engraçadíssimo.
Se “Star Wars” não arrastou o sucesso que poderia, haja vista serem seis filmes, “Star Trek” tem tudo para agradar todos os públicos, seja um trekker ou não. Caso saia do cinema com vontade de (re)ver os episódios da série e de tentar fazer aquele sinal com a mão não se preocupe, acontece. Agora, é torcer para que o novo “Star Trek” tenha vida longa e próspera!