Uma espécie de ficção científica feita sob a ótica da sátira, em animação 3-D, focando o público infantil. Assim é “Space Chimps – Micos no Espaço” (“Space Chimps”), longa-metragem que estréia nesta sexta-feira, dia 25 de julho, nos cinemas.
Na fita, iniciada com a clássica música de “2001 – Uma Odisséia no Espaço“, longa-metragem de 1968 dirigido por Stanley Kubrick, três chimpanzés da Nasa são enviados aos limites da galáxia para descobrir vida em outros planetas. Então, uma vez fora da Terra, eles vão arrumar encrencas e tentar voltar para casa, depois de resolverem alguns incidentes no planeta estranho.
Os personagens do longa possuem personalidades delimitadas, de modo que Luna é a funcionária-padrão, bastante disciplinada; Titan se preocupa mais em cumprir as ordens, mas tem o ego do tamanho dos seus músculos; e Ham é o neto do primeiro chimpanzé a ir para o espaço, que, embora fosse a principal atração do circo da cidade, foi selecionado pela equipe apenas como estratégia de marketing – para chamar a atenção da mídia e atrair o público.
Embora não tenha sido escolhido para sair dos limites da Terra por ser um dos mais jovens, Comet é outro chimpanzé e fundamental para o sucesso da missão, pois conhece tudo de tecnologia, e será essencial para a finalização do processo.
Mostrando ainda a interferência de outras produções de ficção científica neste longa, o mais sábio dos chimpanzés chama-se Houston, e os personagens logo dizem a ele: “Houston, nós temos um problema”, lembrando a célebre frase de “Apolo 13”. Entre as piadas, estão as previsíveis comparações entre humano e macaco, que são de entediar.
É notório que o diretor e roteirista Kirk DeMicco é marinheiro de primeira viagem, já que se trata, de fato, de seu primeiro longa-metragem. Além da falta de experiência na direção, existe também falta de técnica no desenvolvimento da animação tridimensional, ferramenta que a Pixar, por exemplo, domina há 20 anos. O estúdio, responsável por sucessos como “Procurando Nemo”, “Os Incríveis” e o recente “Wall-E“, consegue mostrar realismo em suas produções, de modo que o espectador não percebe que trata-se de um desenho e de personagens fictícios.
Em “Space Chimps – Micos no Espaço”, as piadas do roteiro são fracas (e os dubladores brasileiros não colaboram para a melhora desse fator), não desperta o riso fácil no espectador e, acima de tudo, os aspectos da produção como forma deixam a desejar com relação ao movimento dos chimpanzés, à textura dos objetos, à iluminação da fotografia.
Com o perdão do trocadilho, caro leitor, não vale a pena pagar por este mico.