Roteirista e diretor do aplaudido “Cinema Paradiso”, lançado em 1988, Giuseppe Tornatore é o responsável pelo longa-metragem “A Desconhecida” (“La Sconosciuta”), que chega às telas brasileiras nesta sexta, dia 21 de dezembro. O cineasta italiano utiliza delicadeza em seu modo de contar a história e consegue deixar o espectador interessado em conhecer o destino da personagem a quem o título se refere.
A “desconhecida”, então, é Irena (a russa Xenia Rappoport), que mudou-se da Ucrânia para a Itália há muitos anos e vive se afastando do seu passado, enquanto busca pelo presente. E é justamente a esta busca que o espectador é levado a acompanhar a história.
À primeira vista, Irena parece ser uma prostituta, cujo cafetão abusa dela e de outras garotas para lucrar às suas custas. Para fugir deste passado, porém, Irena passa a sofrer pelo amor que perdeu e, então, vai trabalhar na casa da família composta por Valeria (Claudia Gerini), o marido Donato (Pierfrancesco Favino) e a pequena Tea (Clara Dossena, em sua primeira participação no cinema).
A atriz Xenia interpreta uma moça perturbada com os acontecimentos do passado, mas ao mesmo tempo mantém o ar misterioso sobre sua verdadeira busca.
Daí pra frente, só mesmo a construção de imagens de Tornatore para resolver os problemas plantados pela narrativa. A fotografia de Fabio Zamarion é outro destaque, pois, com imagens escuras, a película é capaz de transmitir a densidade dos fatos e o drama em que a personagem vive.
Com trilha sonora composta juntamente com o roteiro pelo brilhante Ennio Morricone, o mesmo de “Cinema Paradiso” e “Os Intocáveis”, a fita é envolvente e leva o espectador a torcer pela protagonista e também pela família.
O longa custou 8 milhões de euros e já arrematou diversos prêmios, como o David di Donatello de 2007. “A Desconhecida” é mais uma obra-prima que merece ser apreciada por todos.