É uma viagem. Um filme de ficção científica (que mistura física quântica) cheio de perguntas, cujas respostas vão aparecendo no decorrer da fita. “Mimzy – A Chave do Universo” (“The Last Mimzy”), longa-metragem que chega nesta sexta, 10, aos cinemas, é baseado no conto escrito em 1943, chamado “Mimzy Were the Borogoves”, de Lewis Padgett.
Na trama, o pequeno Noah (o estreante Chris O’Neil) acha a vida chata, não gosta das aulas de ciência da escola e vive tirando notas baixas. Sua irmã caçula, Emma (Rhiannon Leigh Wryn), é tratada como a gênio da família e para tudo ela tem uma boa resposta. Nas férias de páscoa, os dois vão para a praia e encontram uma caixa. Aos poucos, descobrem o conteúdo da tal caixa misteriosa e colocam os pais de cabelo em pé.
Além de pedras que rodopiam e um cristal, há também um coelho surrado que sussurra o som “Mimzy” no ouvido de Emma (além de se comunicar telepaticamente com a menina). Deste coelho, aliás, Emma simplesmente não larga. Outra descoberta de ambos é um portal, a chave para outro universo.
Para surpresa do professor de ciências, Larry White (Rainn Wilson), Noah consegue preparar um excelente trabalho para apresentar na feira de ciências, o que também despertará o interesse da namorada do mestre, Naomi (Kathryn Hahn), que adora estudar sobre o Tibet, e vê na descoberta das crianças menções de mandala.
Daí pra frente tudo pode acontecer, como o apagão que atinge quase metade dos Estados Unidos, o que obriga o FBI (a cena é um exagero) a invadir a casa da família em busca do objeto que pode ter causado o apagão.
O roteiro é bem escrito, mas um tanto previsível, quando mostra a descoberta das crianças, a falta de crédito de seus pais (vivido por Joely Richardson e Timothy Hutton) e depois a consagração dos gênios mirins, que para tudo têm resposta.
Dirigido por Bob Shaye, da New Line (que já conhecia a história), o filme conta com um punhado de efeitos especiais para narrar a história que revive algo como o filme “ET – O Extraterrestre”, clássico dirigido por Steven Spielberg.
Com merchandising declarado, o filme tenta convencer o espectador sobre a questão de seres de outro planeta que querem salvar o nosso, mesmo que seja por intermédio de um carismático coelho de pelúcia. Trata-se de uma fábula para contar às crianças, mas pode ser osso duro de roer quando tenta, a todo custo, convencer de coisas impensáveis.
Um dos pontos altos para os pais que levarem os seus filhos para ver o filme sem dúvida é a participação do cantor Roger Waters, do Pink Floyd, que gravou a canção “Hello (I Love You)”, especialmente para o filme.