Memória Cinematográfica

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Wall-E

DVD 12 dezembro 2008

Com referências ao “2001 – Uma Odisséia no Espaço“, de Stanley Kubrick, no filme de animação se passa no ano de 2800 mais ou menos. O robô tem a missão de separar o lixo e compactá-lo, até que conhece EVA e sua vida ganha novo propósito.

Dirigida e roteirizada por Andrew Stanton (o mesmo de “Procurando Nemo”), a fita entretém o espectador com roteiro bem-escrito e arte gráfica (3-D) impecável.

O personagem principal é uma máquina, mas tem sentimentos, faz reflexões, tem memória. “Wall-E é um trator e EVA é um Porsche”, compara Andrew Stanton. “Fizemos o Wall-E a partir de um quadrado e a EVA, de um círculo.” O formato dos olhos foi inspirado em uma pessoa olhando por um binóculo, tal como o diretor lembra que se viu observando um jogo de basquete.

Wall-E é também ingênuo, sujo, vira e mexe os seus olhos quebram. Já EVA, que vive em outra galáxia, tem design futurista, é pura e é programável. Ele guarda artigos que encontra no caminho, como Cubo Mágico, talheres (a cena na qual separa os garfos e as colheres é hilária), teclados, televisor, VHS, filme musical (“Hello, Dolly”, de 1969, dirigido por Gene Kelly), CDs, iPod Classic, torradeira, caixinha de anel de diamante…

Sobre a escolha do “Hello, Dolly”, Stanton explica que havia assistido a filmes de ficção científica misturar com coisas antigas. “Já fizeram isso, mas acho incomum. ‘As Bicicletas de Belleville‘ é um exemplo disso, tem uma abertura com música francesa.” Outra ajuda do filme foram as canções, porque como “Wall-E” não possui muitos diálogos, as músicas ajudam essa parte.

Além de animação, o filme pode ser classificado como ficção científica, comédia, comédia romântica e drama. Ao contrário do que as pessoas possam pensar, não é um filme para crianças. Os pequenos podem achar bonitinho, como acharam “Shrek”. Mas, assim como “Shrek Terceiro“, “Wall-Ese comunica melhor com o público adulto, pois esse captará com mais facilidade as piadas do texto, as cutucadas cínicas quando debocha da tecnologia, faz uma crítica acirrada ao sedentarismo, à era moderna. Imperdível, sem dúvida.

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