Memória Cinematográfica

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Dois é Bom, Três é Demais

Comédia tatianna 15 setembro 2006

Folgado, genioso e procurando a boa vida. Este é o estereótipo de Randolph Dupree, personagem vivido por Owen Wilson no longa-metragem “Dois é Bom, Três é Demais” (“You, Me and Dupree”), que estréia nesta sexta-feira, dia 15. O problema é que ele quer viver tudo isso às custas dos recém-casados Molly (Kate Hudson) e Carl Peterson (Matt Dillon).

O filme, aliás, começa justamente com o casamento dos dois, em uma linda praia do Havaí. Como padrinho, Dupree vai ao matrimônio, mas é demitido do trabalho por sua falta. Sem ter onde ficar e com apenas uma bicicleta, ele é aceito pelos amigos  para morar na casa deles até que arrume um emprego e siga o seu caminho. Porém, como é de se imaginar, ele vai aprontar tudo a que tem direito na casa dos amigos, que possui uma decoração impecável, com presentes de casamento que mal foram usados.

Outro problema enfrentado pelo casal é o pai da moça, Thompson (Michael Douglas, ótimo!). Nenhuma novidade, pois é bastante comum pai implicar com o marido da filha, principalmente porque Carl trabalha em sua empresa e assiste a um verdadeiro inferno. Para comparecer com novas idéias e projetos, Carl se afunda no trabalho e começa a ser ausente na vida da sua amada, que leciona para crianças em uma escola pública.

Totalmente previsível, a fita não apresenta nenhuma inovação cinematográfica, é linear (as cenas acontecem na ordem em que os acasos ocorrem) e cheia de clichês. As seqüências se passam quase todas dentro da casa de Carl e Molly, nas ruas do bairro onde eles vivem e também na empresa do senhor Thompson.

Uma outra questão que o espectador poderá perceber é que os personagens secundários são quase todos do sexo masculino, amigos de Carl e de Dupree, que vão assistir aos jogos na televisão e jogar bilhar no boteco. As mulheres desses amigos, no entanto, aparecem apenas mencionadas, não fisicamente.

Kate Hudson, que ficou conhecida do público por sua atuação em “Como Perder um Homem em 10 Dias”, aproveita também neste longa o seu “time” em comédia e contribui para que as cenas se desenvolvam de maneira a atrair o espectador.

É fato que muitos irão se identificar com os personagens, uma vez que todo mundo deve ter tido um amigo como Dupree, ou ao menos conhece alguém que tenha. Ela ajuda, com seu jeito meigo e doce, seu marido a superar os problemas, bem como entende a situação do padrinho de casamento e o ajuda na hora difícil, mesmo que não seja uma obrigação sua.

Matt Dillon, indicado ao Oscar por sua atuação em “Crash – No Limite“, contribui para as cenas cômicas, mas ao mesmo tempo não perde a pose quando é exigido.

Persnagem-título do filme, Owen Wilson também atuou como produtor do longa. Com seu jeito folgado e ao mesmo tempo brincalhão, ele conquista as crianças do bairro, participa das brincadeiras propostas pelos pequenos e mostra que também tem um lado romântico, pois escreve poesias e chora ao assistir ao filme estrelado por Audrey Hepburn na televisão.

Dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo (“Tudo por um Segredo”), a película é uma comédia romântica manjada, sem qualquer tipo de novidade, tanto no enredo quanto na direção, mas deve fazer a platéia rir, principalmente quando não se é muito exigente.

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