Memória Cinematográfica

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Poseidon

tatianna 23 junho 2006

As primeiras imagens de “Poseidon”, filme que estréia nesta sexta, 23, apresentam ao espectador a grandiosidade deste navio com mais de 20 andares e 800 cabines para passageiros. Sem cortes, a câmera passeia ao seu redor e mergulha para dentro, quando acompanha um ator.

Possêidon é o deus grego dos mares e corresponde ao Netuno para os romanos. Diz a lenda que Zeus, deus dos deuses e provavelmente seu irmão segundo alguns historiadores, lhe confiou o reino ilimitado das águas.

Na trama, antes da noite de Réveillon, o roteiro apresenta os personagens que vêm a se tornar centrais no decorrer da história, como Robert Ramsey (Kurt Russell), ex-prefeito de Nova York, que está com sua filha Jennifer Ramsey (Emmy Rossum) e o namorado dela, Christian (Mike Vogel).

Outro personagem que tem destaque na trama é Dylan Johns, vivido por Josh Lucas. Ex-integrante da marinha e conhecedor de navios, hoje ele passeia no transatlântico para jogar profissionalmente e ganhar dólares em apostas. Durante uma volta ele conhece Maggie James (Jacinda Barrett), que está sentada à mesa com o comandante e acompanhada de seu filho, o pequeno Conor James (Jimmy Bennett).

Em noite de lua cheia, enquanto as pessoas comemoram a chegada do Ano Novo, uma onda gigante e traiçoeira atinge o navio e vira-o de cabeça para baixo. A partir daí, inicia-se a angustiante procura por uma saída e pelo possível resgate.

Ao grupo anterior se juntam o arquiteto Richard Nelson (Richard Dreyfuss), que espera o telefonema de um amor à meia-noite do dia 31 de dezembro, e Elena (Mia Maestro), uma moça que foi parar no navio a convite de um dos cozinheiros para viajar de graça e visitar o irmão.

Sem se aprofundar demais nas histórias de cada personagem, o roteiro de Mark Protosevich (“A Cela”) se baseia apenas nos acontecimentos dentro do navio (inclusive o cenário é sempre interno). Embora pareça irrelevante, a atitude faz com que o espectador não se apegue tanto emocionalmente aos personagens (o que é lamentável). Em todo caso, há ligações especiais feitas no decorrer da fuga, como o amor dos namorados.

Depois que a onda atinge o gigante, começa a contagem dos corpos. Inevitável, mas com grande chance de os turistas que desobedeceram à ordem do comandante conseguirem se salvar.

Refilmagem de “O Destino de Poseidon”, filme de 1972 dirigido por Ronald Neame, a fita chega para mostrar, com alta tecnologia, o que se pode fazer com um transatlântico de cabeça para baixo. Desta vez, o comando está sob a batuta de Wolfgang Petersen (“Tróia“), que mostra, em mais um filme-catástrofe, fogo, afogamento, armadilhas.

O mais interessante é que o personagem principal, o grande navio, não existe. Os produtores usaram gráficos de computador para criar o oceano, o exterior e todo o navio.

Em muitas cenas, os atores ficam embaixo d’água, dando sensação de sufocamento ao espectador, mas a emoção é garantida. E quando o público acha que o trauma acabou, eis que acontece mais uma explosão, mais uma invasão de água. A música de Klaus Badelt dá o tom no momento certo, mas sem impedir que o som das águas fale por si.

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