Apenas no final do filme é possível entender o significado do nome que batiza o longa-metragem “C.R.A.Z.Y. – Loucos de Amor”, que conta uma história linear, em francês, sobre a vida de Zac (Marc-André Grondin), o quarto filho da família, num total de cinco homens.
Cada um apresenta características peculiares, mas é sobre o garoto que nasceu no dia de Natal de 1960 que se trata a narrativa. Zac veio ao mundo com um dom de curar pessoas, principalmente a cólica do caçula Yvan e também as hemorragias de toda a parentada que liga para pedir uma oração.
Todo 25 de dezembro Zac começa o aniversário, como ele diz, da pior maneira possível: assistindo à missa do Galo. Excluindo a religiosidade que permeia a fita, principalmente vinda da personagem de Danielle Proulx, que faz a mãe dos cinco garotos, é sobre a música como um todo que existe uma outra história.
O pai, Gervais (Michel Cote), sempre cultivou o prazer pela música, canta em conjunto com os artistas e faz com que Zac ao menos goste de artistas como Patsy Cline, de quem tem um disco de colecionador.
Os outros filhos, Christian, é um intelectual que tudo lê, incluindo rótulos de alimentos e livros. Raymond (Pierre-Luc Brillant) é a ovelha-negra da família, que se droga, arruma confusão na rua e não terá um futuro promissor na vida. Antoine é o mais porco de todos, calmo, que joga hóquei na escola. E Zac, embora não acredite, rejeite e seja um desgosto para o pai e motivo de piada entre os irmãos, tem uma grande tendência homossexual. Para disfarçar, ele se envolve com Michelle, uma moça da escola que tem atração por ele.
Sem inovações cinematográficas e sem ser tampouco conciso no momento de contar a história (já que o roteiro se prolonga por mais tempo do que deveria), o longa apresenta situações bizarras, mas ao mesmo tempo prende o espectador, que acompanha atentamente a história dos cinco rapazes canadenses e a luta de seus pais para torná-los dignos.
A trilha sonora faz da fita muito mais interessante, já que mistura canções em inglês e em francês. Ambientado principalmente nos anos 60, 70 e 80, o figurino remete à época, assim como as canções de Pink Floyd, Rolling Stones. Um longa-metragem para assistir, gostar e, claro, ouvir com o coração.