Depois do longa-metragem “Má Educação” (2004), o cineasta espanhol Pedro Almodóvar quebra o hiato e volta a retratar no cinema o universo feminino.
Admirador confesso do dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues, Almodóvar lança “Volver”, que marca também a sua parceria com a atriz Penélope Cruz, tal como aconteceu em “Tudo Sobre Minha Mãe”, em 1999, e “Carne Trêmula”, em 1997.
Em Madri, Raimunda (Penélope) é mãe de uma adolescente e esposa de um carrancudo desempregado que fica tomando cerveja e assistindo ao futebol pela televisão.
Trabalhando duro para o dinheiro no final do mês render, ela divide as suas angústias com a irmã Sole (Lola Dueñas), que ganha a vida com um salão de beleza não declarado. As duas vão viver situações paralelas e ambas escondem segredos de família. O mais importante para Raimunda, neste momento, é proteger a filha, que se envolve em um problema sério.
Sole, por sua vez, ouve os vizinhos da aldeia onde moram as tias comentar que viram o fantasma de sua mãe (Carmen Maura), que morreu em um incêndio.
Com cenas de mistério que incluem a trilha sonora rítmica nos momentos de tensão, o drama envolve o espectador, mas não o surpreende, já que os fãs de Almodóvar talvez esperassem novidades. As cenas que tratam do amor em família são belíssimas.
Como é a sua característica, Almodóvar deixa de lado os personagens masculinos, que saem de cena rapidamente para dar lugar às mulheres, principalmente no quesito sensualidade. Não se trata de seu melhor filme, mas sem dúvida é um bom retorno à atividade.