Memória Cinematográfica

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O Espetacular Homem-Aranha

3D Estreia Super-Herói 5 julho 2012

Não é nova a história contada em “O Espetacular Homem-Aranha” (“The Amazing Spider-Man”), blockbuster que estreia nesta sexta-feira, 6, e que promete tomar conta de quase metade das salas de cinema do país (mais de 900 ao todo). Novos são os atores, o diretor, o roteirista e o formato.

Na trama, escrita por James Vanderbilt baseado na história em quadrinhos da Marvel de Stan Lee e Steve Ditko, o rapaz Peter Parker (Andrew Garfield, de “A Rede Social”) é picado por uma aranha durante uma visita a um laboratório e, quando se dá conta, está com super-poderes e pode, por exemplo, escalar prédios, ejetar teia de aranha dos seus pulsos e pensa que pode salvar o mundo. Novidade? Nenhuma.
Esta história já foi contada na primeira parte da franquia, que já está na quarta história desde o início dos anos 2000.

A Marvel, que foi recentemente adquirida pela Disney, garantiu os direitos da imagem do Homem-Aranha à Sony. Porém, para não perdê-los (os direitos), o estúdio precisa lançar, periodicamente, filmes com o super-herói. Acordos como esses que visam, claro, a renda da bilheteria e não ao conteúdo.

Além de contar a parte na qual o rapaz, que é fotógrafo, é picado pela aranha, o longa, dirigido por Marc Webb [“(500) Dias com Ela”] foca também na infância do garoto, quando os pais o deixam na casa dos tios Ben (Martin Sheen) e May (Sally Field). Foca ainda na paixão que tem pela moça, Gwen Stacy (Emma Stone, a bonitona de “Histórias Cruzadas”), que é estudante na mesma escola que ele. Ou seja, perde tempo demais fazendo as apresentações dos personagens que todo mundo, inclusive esta geração, já conhece. Afinal de contas, não faz tanto tempo assim que o Sam Raimi fez isso, em 2002, com Tobey Maguire, e que teve muito mais envolvimento com o aracnídeo.

Outra perda de tempo é quando a história insiste em voltar ao passado para recapitular a infância do garoto, que depois começa a ser o fotógrafo da escola, até ser picado por uma aranha. “O Espetacular Homem-Aranha” traz muito Peter Parker e pouco Homem-Aranha. Ele começa a vestir a máscara pela primeira vez no filme depois de uma hora de projeção.

O formato escolhido (três dimensões) é feliz, na medida em que coloca o espectador para voar juntamente com o Homem-Aranha. A tela envolve a plateia e tenta dimensionar de maneira superlativa o que o espectador está vendo. A questão negativa, porém, é que muito se tem feito no cinema com a utilização do 3D, o modo como o filme é visto com o uso dos óculos especiais, e incomodam, principalmente porque muitos instrumentos utilizados nos cinemas não são nada confortáveis.

Há que se dizer também que a história trouxe pouca novidade. Sempre na luta do bem contra o mal, o vilão aqui é dr. Curt Connors (Rhys Ifans, de “Um Lugar Chamado Notting Hill”), antigo sócio do pai do herói, que, a partir de algumas pesquisas científicas, é transformado em lagarto.

Diferentemente da terceira parte da franquia, lançada em 2007 (a mais fraca de todas), aqui só há um vilão, ao contrário do filme anterior, que contava com três, confundindo o espectador e condensando demais a história.

“O Espetacular Homem-Aranha”, na verdade, não tem nada de espetacular. Muito menos depois que “Os Vingadores” arrastou multidões aos cinemas. Aqui, falta química aos atores principais e, ao aracnídeo, falta fôlego.

É mais um longa-metragem com atores sem carisma, feitos para o verão norte-americano e que não trazem nenhuma inovação. Nos cinemas, a pipoca promete fazer mais sucesso do que o que está se apresentando na tela.

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