Nenhum outro diretor poderia levar ao cinema a clássica série cult americana “Sombras da Noite” (“Dark Shadows”), senão Tim Burton. Especialista em filmar esquisitices, novamente ele dirige Johnny Depp e sua esposa, Helena Bonham Carter, em uma trama engraçada e, ao mesmo tempo, sombria.
O mesmo diretor de “A Noiva-Cadáver” (animação com bastante humor negro) e “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” (musical de terror), entre muitos outros, agora ele conta a história que se passa a partir de 1750.
Joshua e Naomi Collins, com seu filhinho Barnabas (Depp), saem da Inglaterra para começar vida nova nos Estados Unidos, onde constroem um império de pesca em uma cidade litorânea de Maine, que acaba recebendo o nome da família: Collinsport. Mas ele é amaldiçoado por partir o coração de Angelique Bouchard (Eva Green), uma bruxa que o transforma em vampiro e depois o enterra vivo, pois ele havia se apaixonado por Josette DuPres (Bella Heathcote).
Duzentos anos depois, ele é desenterrado e, por ser vampiro, continua a viver normalmente. Então, descobre o rock, os hippies e o McDonalds (uma das sequências mais engraçadas da fita, quando vê o símbolo dourado).
É aí que ele retorna à casa de sua família (bastante desajustada, por sinal) e conhece a nova matriarca, Elizabeth Collins Stoddard (Michelle Pfeiffer), que contrata uma psiquiatra (Helena Bonham Carter, ótima!), para cuidar de seu sobrinho, que vê fantasmas.
A fita começa com narrações em off, cujo objetivo é fazer as apresentação dos personagens. Embora seja um elemento que incomoda o espectador, o recurso é pouco usado nesta produção.
Na sequência, o que se tem é um pouco de sangue (à la Tim Burton), tal como todo filme de vampiro, mas tem humor e cenas bem construídas, incluindo uma de sexo, com trilha sonora rock and roll, que é ótima! Por falar em rock, a banda Alice Copper faz uma apresentação na mansão dos Collins!
O figurino e a maquiagem também são pontos positivos na trama de Burton, que ainda incluem efeitos especiais, fantasmas e lobisomem. Depp encara seu personagem com precisão e sabe, como ninguém, interpretar seres esquisitos, mas sem ser caricato ou se repetir nos diferentes papéis.
“Sombras da Noite” é uma história que mistura amor e obsessão e que atravessa séculos, em cenas góticas, com personagens esquisitos, mas sempre de bom humor, inclusive quando o coração é partido.
