Woody Allen vem cumprindo à risca a tarefa que ele mesmo se impôs: filmar um projeto por ano. Depois de “Ponto Final – Match Point”, quando filmou na Inglaterra e inaugurou sua fase fora dos Estados Unidos, ele já voou da Europa para a América, em filmes como o grande sucesso “Meia-Noite em Paris“, “Para Roma com Amor“. Agora, ele retorna aos Estados Unidos com “Blue Jasmine”.
Desta vez, porém, Allen não vai para Nova York, mas para a costa oeste do país, San Francisco.
Na trama, a socialite nova-iorquina Jasmine (Cate Blanchett), se muda para o modesto apartamento da irmã, Ginger (Sally Hawkins), em San Francisco, a fim de se reerguer. Isso porque ela acaba de se separar do milionário Hal (Alec Baldwin), quando descobriu que foi traída.
Vestindo roupas de grife, carregando malas Louis Vuitton recheadas de vestidos de marcas de luxo, Jasmine chega à cidade frágil, viciada em antidepressivos, mas sem desistir de encontrar o novo príncipe encantado. Enquanto isso não acontece, ela aceita trabalhar como recepcionista em um consultório odontológico de Flicker (Michael Stuhlbarg).
Com idas e vindas no tempo, Woody Allen conta histórias paralelas e fornece cada vez mais detalhes das vidas dos personagens ao público. Bem a seu estilo, os diálogos escritos por ele são regados de ironia e humor ácido, que provocam risos nervosos na plateia e admiração pelo realizador.
Mais uma vez, os fãs do diretor não vão sentir falta das suas neuroses implícitas nas características da ótima Cate Blanchett. Ela fala sozinha, toma tranquilizantes, muda de classe social, mas o problema é que não aceita isso tudo e quer aparentar ser aquilo que não é mais. Como consequência, mente, inventa, vive no mundo da lua.
Alec Baldwin, que já havia trabalhado com o diretor em Para Roma com Amor, volta nesta trama como um canalha de marca maior, que vai aprontar com a mulher.
Com ótima trilha sonora, aproveite para curtir ainda mais enquanto sobem os créditos.
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