Não pense que ao ir ao cinema assistir ao longa-metragem “O Homem de Aço” (“Man of Steel”) irá se deparar com cenas que costumava ver nos quadrinhos e até mesmo em filmes anteriores do super-herói. Nem mesmo a música-tema está lá. A nova superprodução dirigida por Zack Snyder (“300“) se concentra em uma história sobre alienígenas que tentam atacar a Terra e na sua salvação, e não propriamente na parte em que ele trabalha como repórter em um jornal e vai a uma cabine telefônica se transformar para, daí, salvar o mundo.
Se o cinema já contou a história inicial de Batman, Wolverine e de outros super-heróis, com Super-Homem não será diferente. No longa, o espectador vai conhecer, em três dimensões, como Clark Kent (Henry Cavill, de “Tudo Pode Dar Certo“) chegou ao planeta Terra, vindo de Krypton, e como conheceu seus poderes de força e visão de raio-X. De Krypton, o bebê é lançado em uma cápsula pelo pai Jor-El (Russell Crowe) e encontrado a milhares de quilômetros de distância pelo casal Jonathan e Martha Kent (Kevin Costner e Diane Lane).
Com cenas que mesclam o presente e o passado, o público vai conhecer que, quando garoto, Clark não teve uma vida fácil, como foi visto no seriado Smallville. Na escola, controlava seus poderes a fim de ter uma vida normal e ser aceito pela sociedade. Mas esta mesma sociedade pede com urgência as suas intervenções. Até que um dia é descoberto pela repórter do “Planeta Diário”, Lois Lane (Amy Adams, de Dúvida). Os dois são capturados pelo general Zod (Michael Shannon) e precisam lutar para que o vilão não destrua a Terra.
Na tela, o espectador acompanha um desfile de tecnologia, com voos capazes de
ultrapassar a camada do planeta, sobrevoar a África, salvar vidas e impedir que as bombas alienígenas destruam Nova York, ou melhor, Metrópolis. Zack Snyder mostra que não veio para brincadeira. Usa e abusa da pós-produção para inserir na história final cenas de ação que jamais poderiam ter sido usadas nos primeiros filmes do super-herói. Os diálogos são poucos, mas, diferentemente de Brandon Routh, que viveu o mesmo personagem em Superman – O Retorno, de Bryan Singer, em 2006, Cavill se mostra um ator interessado não apenas em mostrar um físico preparado para os dias de filmagem, mas em ser cativante.
Com um novo uniforme e um “S” no peito que significa “Esperança”, não se pode, com esta produção, fazer qualquer comparação ao personagem outrora vivido e eternizado por Christopher Reeve nos anos 1970 e 1980. Com clássico não se mexe. O que se poderá ver aqui é uma nova história, diferente daquela conhecida, mas que não se descola completamente da original.
O personagem criado pelo escritor Jerry Siegel e pelo artista Joe Shuster, que apareceu pela primeira vez em 18 de abril de 1938, não possui a mesma forma. Mas sua essência é a mesma. E está pronto para conquistar mais uma geração.
Nos Estados Unidos e no Canadá, onde estreou no mês passado, O Homem de Aço alcançou o lugar de maior lançamento de junho de todos os tempos e já arrecadou mais de US$ 500 milhões.
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(O texto completo pode ser lido diretamente no site da GQ, no qual ele foi originalmente publicado.)