Originalmente uma peça de teatro, “Qual É o Nome do Bebê” (“Le Prénom”) leva para a tela do cinema uma discussão familiar que acontece durante um jantar.
A esposa de Vincent (Patrick Bruel) vai ter nenê. Quando ele vai à casa da irmã, Elizabeth (Valérie Benguigui), o cunhado (Charles Berling) e o amigo da família (Guillaume De Tonquedec) decidem perguntar o sexo do bebê e, por consequência, o nome que a criança será batizada.
Não precisava ter uma discussão por causa disso, mas, durante quase duas horas, a família estende a conversa, lava a roupa suja e faz cobranças do passado como só uma família francesa é capaz de fazer.
O longa traz diálogo acalorados e, sobretudo, cheios de ironias e humor ácido que faz a plateia rir.
A conversa começa antes de a futura mamãe, Anna (Judith El Zein), chegar de uma reunião de negócios. E, para apimentar, Vincent diz que o nome da criança será Adolphe -com PHE e não com F no final. Por remeter ao Hitler, a discussão começa.
Em meio a mentiras, mal entendidos e piadas, o espectador se deleita com invocações de outros ditadores que dominaram o mundo.
O nome original do longa se refere ao nome. Então, na apresentação dos créditos, os atores só aparecem com o primeiro nome. O sobrenome só vem ao final.
“Qual É o Nome do Bebê” é um drama familiar bem ao estilo francês, mas não se aprofunda muito, é superficial. De qualquer maneira, os diretores estreantes Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte (também autor do roteiro no teatro e no cinema) conseguem mostrar a discussão de maneira interessante, ainda que remeta ao teatro. Com a câmera, os diretores conseguem direcionar o olhar do espectador e extrair o timing perfeito de Bruel.
“Qual É o Nome do Bebê” fez muito sucesso no teatro francês em 2010 e estreou no cinema naquele país no ano passado. O longa-metragem diverte, mas está longe de ser um dos melhores filmes franceses.