Uma garota do interior, que se muda para um grande centro, em busca de novas oportunidades. É a ambição que move Alexandra (Nina Ivanisin), no longa-metragem “Slovenian Girl” (“Slovenka”). Alexandra é a tal garota vinda do interior da Eslovênia, mais precisamente de Krsko, pois vai estudar letras na universidade de Ljubljana, capital do país.
Como é ambiciosa, não espera terminar a faculdade para ter uma profissão e, então, ganhar dinheiro. Ela resolve como dá: vira garota de programa e faz anúncios no jornal local.
A questão é que tudo poderia continuar como era, não fosse o fato de um de seus clientes ter infartado em sua companhia. Imediatamente o caso ganha os noticiários e ela vai ter de escolher entre continuar com a profissão e conseguir pagar as prestações do apartamento, ou voltar a viver com a mesada que o pai lhe dá.
A protagonista tem um quê de Bruna Surfistinha, a garota de programa que escreveu um livro e depois virou filme com revelações profissionais. Mas sem as histórias dos clientes. Foca na profissão, no rumo que ela deve dar à vida.
O diretor Damjan Kozole leva o espectador para dentro da história, de modo que a plateia começa a torcer, que a sua escolha seja recompensada, ainda que não seja o melhor dos mundos, já que a garota, vinda do interior, não tem as malícias da cidade grande e acaba correndo riscos, mostrando, aliás, que existem problemas não apenas de saúde, mas, sobretudo, de segurança, além de um futuro quase sempre incerto.
A trajetória de Alexandra é interessante aos olhos do espectador, e a construção intimista de Kozole revela as dores e as delícias (que o dinheiro proporciona, no caso) de ter a profissão que escolheu. É preciso abdicar de muitas coisas, mas existe a opção de ser livre. É essa a discussão da fita: até que ponto vale a pena?
Por seu papel, Nina Ivanisin recebeu muitos prêmios e o longa-metragem foi eleito o Melhor Filme Europeu de 2010 pela European Film Academy.