Quinze anos após o lançamento do filme que revolucionou a animação no cinema, ele é relançado no formato tridimensional (aquele em que são necessários óculos especiais). Isso porque “Toy Story 3D” chega aos cinemas nesta sexta-feira, 26. Na semana seguinte, 5 de março, é a vez de estrear “Toy Story 2 3D”. E tudo porque, em 18 de junho, será lançado o “Toy Story 3 3D”.
Primeiro longa-metragem de animação 3-D produzido pela Pixar (e lançado antes de todos os demais estúdios), “Toy Story”, de John Lasseter, conta a história do caubói Woody, que se sente ameaçado por seu dono, Andy, quando ganha de aniversário o boneco Buzz Lightyear, um patrulheiro espacial. Buzz, porém, não acredita ser um brinquedo, mas um patrulheiro de verdade, que caiu por acaso na Terra. Até que Andy resolve sair, mas só pode levar um brinquedo – e como Woody imagina que pode ser Buzz, e não ele, trata de jogá-lo pela janela.
A partir de então começa uma nova história, quando os dois iniciam uma disputa pela atenção do garoto, mas são esquecidos em um posto de gasolina e capturados pelo vizinho do menino, que adora destruir brinquedos. Além do caubói e do patrulheiro do espaço, há o Senhor Batata, os soldadinhos, o cachorro com mola, e muitos outros que, com certeza, já estiveram presentes na infância de muita gente.
Na época em que os estúdios começaram a falar em fazer um longa-metragem de animação, muitos tinham a intenção, mas a Pixar estava uma volta à frente de todos, acredita Chris Wedge, conforme depoimento dado à Karen Paik, autora do livro “To Infinity and Beyond!: The Story of Pixar Animation Studios”.
Lançado em 1995, o diretor John Lasseter queria mostrar ao público algo que lhes era familiar, mas de uma maneira como as pessoas nunca tinham visto. Então, o diretor fez objetos inanimados fazerem o impossível – viver, se mover e sentir – de um modo que não apenas ficavam de verdade em sua natureza literal, mas sentiam a correta intuição.
Woody era para ser um boneco ventríloquo. Contudo, o diretor Bud Luckey perguntou a Lasseter se ele não tinha pensado em fazer o Woody um caubói. Na hora, Lasseter adorou a ideia e percebeu que seria o ideal, pois se tratava do contraste entre duas eras de brinquedos bacanas: o caubói e o homem do espaço. E também representava dois heróis americanos clássicos. Já Buzz foi criado a partir dos brinquedos do filho de Lasseter, mas também por conta de seu interesse pela Nasa nos anos 1960.
“Toy Story” traz à vida os bonecos de brinquedo das crianças, dando a eles sentimentos como ciúme, disputa, amor e mostra que os bonecos são criados com o único objetivo: fazer as crianças felizes e ser amados por elas.
Segundo filme
Na sequência, em “Toy Story 2”, Andy segue para o acampamento de verão, enquanto seus brinquedos o esperam em casa. No entanto, Woody é roubado por um colecionador de bonecos. Quando os demais brinquedos descobrem, são liderados por Buzz Lightyear para planejar a estratégia de resgate.
Nesta aventura, além dos personagens do longa anterior, entram em cena a vaqueira Jessie, o cavalo Bala no Alvo e o Mineiro, que estão juntos para serem levados ao Museu do Brinquedo, no Japão. Enquanto está lá, Woody descobre que é um raríssimo boneco de uma série de televisão dos anos 1950. Ele também descobre que Jessie possuía uma dona, que a doou depois que cresceu.
Um dos destaques do filme é que John Lasseter conseguiu contar uma boa história utilizando os mesmos personagens e acrescentando outros. Como não precisou “perder tempo” fazendo apresentações tal como foi preciso no primeiro, o diretor aproveitou para explorar a ainda mais a narrativa.
A Disney preza pelas canções em seus filmes, pois elas são capazes de emocionar o público rapidamente. O diretor, entretanto, optou por não fazer tal como a Disney fez em “A Bela e a Fera”, quando os personagens param de interpretar para cantar. Caso fizesse isso, o filme perderia o senso de realidade. Então, ele inicia uma música enquanto Jessie explica a Woody o seu relacionamento com sua ex-dona, e a canção emociona.
Novamente a técnica tem muito que dizer nesta produção, mas, como em outros filmes do estúdio, não é o suficiente: é a história que manda e mostra porque aquela técnica é utilizada – para contar uma história cativante, capaz de atrair o público de todas as idades.
Ainda que sejam dois ótimos filmes de animação, a Disney não realizou as sessões no formato 3D destinadas à imprensa antes da estreia no circuito comercial. Portanto, aqui não é possível descrever a sensação e a experiência em assistir ao longa-metragem em novo formato, ainda que com a mesma história e com os mesmos dubladores. No Brasil, as cópias serão todas em português, de maneira que não será possível conferir a performance de Tom Hanks no papel de Woody. Pena.
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A experiência (atualizado em 06/03)
Assisti ao “Toy Story 3D” e tenho que dizer que foi uma experiência incrível ver todos aqueles brinquedos em três dimensões e como o primeiro filme da Pixar de longa-metragem continua atual e divertido. Só ficou ainda mais a vontade de ver a terceira parte da criação de John Lasseter.