Ainda que os outros X-Men tenham sido criados por Stan Lee e Jack Kirby mais de 40 anos atrás, Wolverine só fez a sua primeira aparição em 1974. No entanto, o personagem é o primeiro a ganhar um filme só seu. Segundo a distribuidora Fox, é apenas o primeiro capítulo da série “X-Men Origens: Wolverine” (“X-Men Origins: Wolverine”). Desde 2000 e a cada três anos, os mutantes saíram dos quadrinhos para contar sua história nos cinemas. O último, lançado em 2006, foi “X-Men: O Confronto Final“, que deu mais destaque ao personagem Wolverine, vivido por Hugh Jackman.
Para contar como suas garras retráteis são feitas de adamantium, foi escalado o diretor Gavin Hood (vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por “Tsotsi” e diretor de “O Suspeito”, com Reese Witherspoon, Meryl Streep e Jake Gyllenhaal). Ainda que a estreia mundial esteja marcada para o dia 1º de maio, no Brasil o filme chega nesta quinta-feira, 30. Segundo a distribuidora, serão mais de 500 cópias dubladas e legendadas. No entanto, o DVD pirata já está à venda e o filme pode ser baixado da internet. A versão que se vê, porém, é inacabada, de modo que os efeitos especiais não estão incluídos. E isso, pasme!, é praticamente o filme inteiro!
A fita reúne a Equipe X liderada por William Stryker (Danny Huston) e é composta pelos mutantes: Wolverine, seu irmão Victor Creed, o selvagem Dentes-de-Sabre (Liev Schreiber); Wade Wilson, especialista na esgrima Deadpool (Ryan Reynolds); o atirador Agente Zero (Daniel Henney), o teleportador Wraith (Will.I.Am), Fred J. Dukes, o obeso Blob (Kevin Durand); e o manipulador de eletricidade Bradley (Dominic Monaghan). Mas é principalmente a relação de Stryker com Wolverine que o filme enfoca. Isso porque é essa “amizade” que definirá o passado e o futuro de Logan.
O começo do filme vai bem, conta-se a história a partir do Canadá, quando Logan era criança e assiste ao pai morrer, e tenta se controlar com suas garras, que insistem em aparecer quando está em perigo. Mas, depois de adulto, ele segue para guerras, como a Guerra Civil Americana, I e II Guerras Mundiais e a do Vietnã, de modo a enfrentar o inimigo e seus problemas, já que passa a conhecer o lado trágico de seu romance com Kayla Silverfox (Lynn Collins), principalmente porque ele e outros mutantes passam por uma experiência secreta que custa milhões.
Um dos destaques, porém, é o lado psicológico do protagonista, uma vez que se trata de uma pessoa perturbada por seu passado e que vê, a cada dia, uma nova tragédia e sonha com ela durante a noite. Quando perde a namorada, Logan tem a intenção de se vingar daquele que lhe fez sofrer. No entanto, o final vai explicar o que acontece.
Há vários problemas em “X-Men Origens: Wolverine”. Entre eles o ritmo, que começa bem, mas cai do meio para o final. É verdade que não se trata de nenhuma obra-prima digna de Woody Allen, quando se fala em diálogos bem construídos. É a força física (pancadaria), a música e o som barulhentos que falam mais alto e não dão lugar para aprofundamento nos personagens.
“X-Men Origens: Wolverine” é um filme repleto de ação e efeitos especiais, o tipo de filme feito para “desligar o cérebro” e se divertir com um saco de pipoca no cinema. Ah, sim, e não saia da sala de exibição antes de terminarem todos os créditos para assistir a mais uma cena.