O projeto de “Mamma Mia!” (“Mamma Mia!”), longa-metragem que estréia nesta sexta-feira, dia 12 de setembro nos cinemas, começou nos anos 1980, no teatro. O musical, produzido por Judy Craymer (que trabalhava com Benny Andersson e Björn Ulvaeus durante musical pós-ABBA, “Chess”), foi criado a partir de canções já existentes do grupo. A estréia aconteceu em 1999, em Londres, e, de cara, foi um sucesso. Portanto, pensar em fazer um filme foi o caminho natural, principalmente por conta da produtora Playtone, que pertence a Tom Hanks e Gary Goetzman. Até aí, nenhuma novidade, porque “O Fantasma da Ópera”, “Billy Elliot”, e muitos outros, também percorreram o mesmo caminho.
No cinema, porém, embora o gênero musical seja um tanto enfadonho para quem não costuma se entusiasmar, a locação escolhida foi a ilha grega Kalokairi, que é de encher os olhos! Outro destaque se dá pela escolha da atriz, Meryl Streep (de “O Diabo Veste Prada”), que canta e dança de maneira única – em uma determinada passagem, aliás, ela realiza um “salto de segunda”, como é chamado em dança, que não fica devendo a nenhum bailarino.
Na abertura do filme há uma canção interpretada pela bela atriz Amanda Seyfried, que faz o papel de Sophie, e merchandising “gritando” nomes de lojas de Nova York. A menina, que completou 20 anos e está prestes a se casar, não conhece o pai e decide, após ler (cantar) o diário da mãe Donna (Meryl), enviar convites para três homens: Sam Carmichael (Pierce Brosnan), Bill Anderson (Stellan Skarsgård) e Harry Bright (Colin Firth). Daí em diante, é possível imaginar a confusão que os três vão armar quando se encontrarem e ao reencontrarem Donna.
A direção da fita ficou a cargo de Phyllida Lloyd, em sua primeira experiência no cinema, já que ela havia apenas dirigido para televisão. Os atores, em ação, parecem se divertir, e quando a personagem vivida por Meryl encontra suas amigas, as três parecem adolescentes revivendo os velhos tempos de colégio, embora em alguns momentos pareçam desengonçadas enquanto dançam.
Em filmes, normalmente, a trilha sonora é utilizada para enfatizar ou acompanhar alguma cena, por exemplo. Nos musicais, ela acaba tendo a função de substituir o diálogo. Em alguns momentos de “Mamma Mia!”, no entanto, essa utilização funciona. Em outros, como quando Meryl Streep está conversando com Pierce Brosnan em um despenhadeiro, é chato e forçado. É quando os atores param e, do nada, começam a cantar. Os outros atores, é bom lembrar, também interpretam canções sozinhos e em grupo. Firth e seu sotaque britânico, por exemplo, canta “Our Last Summer”.
Além da belíssima locação, são as músicas do ABBA que devem atrair o público que vai se divertir, gargalhar e, em uma cena ou outra, se emocionar. Em uma delas, há um fundo com música típica grega e, em outra canção, o elenco dança em roda, tal como os gregos costumam fazer em festas.
No momento em que as luzes da sala de exibição se acenderem, caro leitor, não se preocupe caso fique com vontade de ouvir as músicas do grupo novamente. Acontece. O CD da trilha sonora, aliás, é o que está na lista entre os mais vendidos no mundo todo.