A atriz Angelina Jolie tem se destacado na mídia ultimamente muito mais por seu papel de mãe e militante em prol dos refugiados da África que por seu trabalho efetivamente como atriz de cinema. Casada com o galã Brad Pitt, mãe de filhos legítimos e adotivos, a moça estrela um longa-metragem de ação, que estréia nesta sexta-feira, dia 22 de agosto, nos cinemas.
“O Procurado” (“Wanted”), baseado em história original de Mark Millar e J.G. Jones, conta a história de uma Fraternidade (liga de assassinos treinados para executar as ordens do destino), da qual Angelina, no papel de Fox, faz parte. A organização é comandada por Sloan (Morgan Freeman, ótimo como sempre), que decifra os códigos do tear e escreve qual é a próxima missão dos seus membros.
No entanto, sua missão é recrutar o filho de um membro da Fraternidade morto, afinal, “não se destrói algo que existe há mil anos”. O rapaz se chama Wesley Gibson (James McAvoy) e o longa é iniciado contando a sua história. Trata-se de um gerente da contabilidade de uma empresa, que aos 25 anos de idade vive entediado e se lamentando: odeia a sua chefe (uma moça gorda que vive em seus calcanhares cobrando relatórios) e é traído por sua namorada, que sai com um colega de profissão.
De cenas sem expressão, arrastadas enquanto contam a história do rapaz, e completamente envolvidas em ação quando passa a mostrar os membros da Fraternidade, o diretor Timur Bekmambetov muda o foco e o ritmo rapidamente. Isso, ele faz muito bem. Porém, quando as cenas de ação acontecem, muitas vezes em câmera lenta, elas dão “aquele chacoalhão” no espectador e mostram que se trata de um filme, tamanha é a forçação de barra das cenas. O ritmo contempla muitos altos e baixos, tal como se o público estivesse em uma montanha-russa em um parque de diversões. Para completar, o garoto vive euforicamente as cenas de ação, embora vivesse à base de calmantes para tentar se controlar e não xingar sua chefe.
Angelina Jolie protagoniza cenas de ação com socos, lutas e tiros, provavelmente fruto de suas experiências anteriores, como no longa “Sr. & Sra. Smith“, quando atuou ao lado de Pitt (provavelmente quando iniciou-se o romance entre os dois). Ela também estrela cenas sensuais, por exemplo, quando se levanta após um banho, completamente nua, e vai se enrolando na toalha. Há, também, desfile de carrões, como um Corvette branco, dirigido pela atriz.
Logo no início, quando o rapaz é levado pela agente Fox, ela o assegura de que é preciso treinamento severo para que possa ser um membro da organização, e logo reclama: “Você se desculpa demais”. Ela, sempre fria, não se apega ao garoto (mas o salva, a tempo, de uma humilhação desnecessária!) e seu treinamento consiste em lutar contra outros membros, passar por provação no tear e atingir carnes como se estivesse em um grande açougue, além de correr também sobre um trem em movimento.
McAvoy, que pôde ser visto recentemente no filme “O Último Rei da Escócia“, não faz feio em “O Procurado”, já que protagoniza boas cenas. No entanto, é aquela pitada de uma história mais condensada que está faltando ao roteiro.