Desde que Mel Gibson trocou a atuação pela direção em longas-metragens, suas produções são sempre esperadas. Seu último filme, o polêmico “A Paixão de Cristo” (2004), levou para a telona as últimas 12 horas da vida de Jesus. Com o máximo de sangue e sofrimento que ele pôde mostrar, a fita chocou os cinéfilos e a Igreja. Outro destaque se deu com o premiado “Coração Valente”, em 1995.
Desta vez, Mel Gibson volta também com histórias épicas. O longa “Apocalypto” foi dirigido, produzido e escrito por ele, em parceria com Farhad Safinia. A aventura se passa no México, nos últimos momentos da civilização Maia. No filme, que estréia nesta sexta, 26, ele aposta novamente em sangue, confronto, correria. Neste quesito, aliás, Gibson sabe filmar muito bem, mas caso o leitor resolva ir ao cinema conferir, é sempre bom preparar o estômago.
Para acompanhar a agilidade dos atores, o diretor tem uma câmera rápida, com muitos cortes, planos e contraplanos. A parte ruim do filme, porém, fica por conta do exagero no sangue, dos rodeios até que se chegue a uma conclusão sobre a história que se quer contar, das cenas forçadas que fazem o espectador dar risada (acredite se quiser).
Falado totalmente no dialeto maia, o filme conta a história de Jaguar Paw (Rudy Youngblood), um homem que teve sua vida mudada por conta de governantes de um império Maia em declínio que acreditam que é preciso construir templos e oferecer sacrifícios humanos em nome do Deus deles.
Agora, Paw terá que escapar e fugir freneticamente para voltar para casa e reencontrar a esposa, que deixou grávida, e o filho pequeno.
Os atores são todos desconhecidos do cinema e a seleção foi feita a partir de uma busca extensa por todo o México, especialmente no Yucatan, na Cidade do México, Oaxaca, Xalapa, Veracruz e Catemaco. Além de um grande elenco, há a participação de animais e o longa se passa em uma grande floresta.
“Apocalypto” estreou em primeiro lugar nos Estados Unidos e concorre aos Oscars de Melhor Som, Melhor Efeitos Sonoros e Melhor Maquiagem. Por aqui, no entanto, não há garantias de que as pessoas estejam interessadas neste tipo de filme.