Uma mistura de fantasia com realidade. Esta é a aposta do mexicano Guillermo del Toro (“Hellboy”) para o seu novo longa-metragem, “O Labirinto do Fauno” (“El Laberinto Del Fauno”), estréia desta sexta-feira, dia 1º de dezembro. O filme também passou pela Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro, e pode ser um forte candidato à vaga ao Oscar 2007 de Melhor Filme Estrangeiro.
A história se passa na Espanha de 1944, no período pós-Guerra Civil, nos tempos de Franco, quando o fascismo era adorado. É neste cenário que a menina Ofélia (Ivana Baquero), de 13 anos, muda-se para uma cidade do interior do país junto com a sua mãe, Carmen (Ariadna Gil).
Recém-casada com o capitão Vidal (Sergi López), ela está prestes a dar à luz ao filho dos dois. Vidal, aliás, tem a missão de acabar com os últimos vestígios da resistência republicana. Neste cenário de perseguição e proteção, Carmen conhece a governanta Mercedes (Maribel Verdú), cujo irmão faz parte do grupo dos rebeldes. No leva-e-traz de informações, Mercedes assiste à movimentação dos dois lados, auxilia Carmen e protege a pequena Ofélia.
Neste turbilhão, a menina descobre um mundo mágico, que é desvendado a partir de um portal, dentro de um labirinto localizado na propriedade de seu padrasto. Lá, ela fica sabendo, a partir de uma criatura muito estranha, que é na verdade uma princesa. Para voltar ao seu reino, Ofélia precisa passar por uma prova de três fases.
As imagens intercaladas de realidade e magia oferecem ao espectador um verdadeiro show, que misturam boa fotografia, direção de arte de primeira e efeitos especiais na medida certa. Quando as imagens mostram o labirinto, as cenas são monocromáticas e contrapõem àquelas da dura realidade, que mostram a guerra, perseguições e muito sangue vindo principalmente do capitão cruel e dos rebeldes que lutam contra o fascismo.
Com seqüências e planos longos, a película apresenta figuras mitológicas bizarras, ao mesmo tempo que em que militares se prontificam a acabar com qualquer oposição ao governo. Com roteiro de autoria de Del Toro, o longa instiga o espectador para saber sobre o mistério do Labirinto ao mesmo tempo em que o assusta e o retrai com cenas fortes e políticas.