Memória Cinematográfica

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O Jardineiro Fiel

Oscar tatianna 13 outubro 2005

O diretor de cinema brasileiro Fernando Meirelles fez a lição de casa direitinho e chegou lá. Indicado a quatro Oscar em 2003 por “Cidade de Deus” (incluindo Melhor Diretor), nesta sexta-feira, dia 14 de outubro, estréia o seu primeiro filme internacional: “O Jardineiro Fiel” (“The Constant Gardener”), baseado no livro homônimo de John le Carré.

O drama, que se passa em Berlim, Londres e em cidades do Quênia, conta a história da jovem ativista Tessa Quayle (Rachel Weisz), casada com o diplomata britânico Justin Quayle (Ralph Fiennes), que é encontrada assassinada durante viagem.

No início, o longa mostra quando Tessa embarca ao lado do amigo para pesquisar sobre o que os laboratórios de medicamentos estão fazendo com a população africana. E então Sandy Woodrow (Danny Huston), amigo de Justin, o avisa que a sua esposa fora encontrada morta.

Quando Justin é obrigado a reconhecer o corpo, as cenas começam a ser retroativas e mostram como o casal se conheceu durante uma palestra que ele realizou em Londres (a sala onde se passa, aliás, tem uma enorme janela com linda vista para a Catedral St. Paul). Corta. E volta para onde tinha parado.

A diferença dos dois é gritante. Enquanto ele é caseiro, sossegado, cuida das plantas e está a serviço diplomático no Quênia, ela é uma revolucionária que enfrenta o governo britânico para que cessem os testes dos laboratórios que estão matando a população africana.

Ao mesmo tempo que é doce quando está com o marido, Tessa tem um humor cínico que deixa os diplomatas embaraçados quando ela cobra, em público, a falta de remédio para os doentes.

Quando ele vai se transferir para Nairóbi, cidade queniana, ela pede que ele a leve para que ele possa “aprender sobre ela”. Mas é quando ela morre que Justin quer “terminar oque ela começou” e corre para aprender sobre a indústria farmacêutica (o eixo do mal, como dizem: KDH, Three Bees e Dypraxa) cujos crimes Tessa estava pronta para revelar.

A película tem cenas impecáveis e Meirelles não se privou de carregar a câmera na mão e filmar de maneira que o espectador é levado para dentro da história. Indicado ao Oscar por Melhor Fotografia, César Charlone também faz parte da produção como diretor de fotografia.

Com elenco que faz a diferença (Ralph Fiennes recebeu duas indicações ao Oscar por suas atuações em “O Paciente Inglês” e “A Lista de Schindler”) e um romance dramático, o longa-metragem promete render uma boa bilheteria. Na verdade, há cheiro de Oscar no ar.

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