Memória Cinematográfica

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2 Filhos de Francisco – A História de Zezé di Camargo & Luciano

Nacional tatianna 18 agosto 2005

A vida de uma das duplas sertanejas mais famosas do Brasil é o mote do filme “2 Filhos de Francisco – A História de Zezé di Camargo & Luciano”, que estréia nesta sexta, 19.

O foco da trama é o sonho do pai, Francisco Camargo, que acredita no potencial dos filhos como cantores. Com direção do estreante Breno Silveira (ele foi diretor de fotografia de “Eu Tu Eles”), as filmagens tiveram duração de oito semanas, sendo as locações Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás.

Ângelo Antonio, em sua melhor atuação, é Francisco, um pai de família corajoso e batalhador que acredita que os filhos serão um sucesso. Por querer muito ouvir o rádio de pilha, ele instala uma antena no telhado de casa, no interior de Goiás, para que em seu tempo livre possa ouvir as suas canções caipiras preferidas.

A história começa a ser contada em 1962. Expulsos da casa onde moram pelo pai de sua esposa (Lima Duarte em uma rápida e marcante aparição), Francisco, Helena (Dira Paes) e as crianças seguem para Goiânia, capital do estado.

É lá que a dupla mirim Camargo e Camarguinho (Dablio Moreira como Mirosmar e Marco Henrique como Emival)ganha o seu primeiro troco como cantores sertanejos e conhece o empresário Miranda (José Dumond), que os leva em turnê pela região. Em um trágico acontecimento, a história muda o curso.

Durante toda a carreira é perceptível o incentivo do pai para que a trajetória seja calcada em sucesso, perseverança e bastante treino de modo que o aperfeiçoamento dos músicos seja suficientemente bom para emplacar nas paradas de sucesso.

Então, Zezé (que trocou o nome Mirosmar e agora vivido por Márcio Kieling) começa a cantar sozinho, grava o seu primeiro disco em São Paulo e é na metrópole que inicia a dupla com Luciano (Thiago Mendonça), que aparece no final, como um garoto que engravidou a namorada e pede emprego como segunda voz.

É também nesta época que Zezé conhece Zilu (Paloma Duarte), a moça que sempre esteve ao seu lado, inclusive enquanto ele ainda não vendia discos e ela o ajudava financeiramente vendendo mercadorias.

Ao contrário do que se imagina, os cantores apenas aparecem em poucas cenas do longa-metragem e as canções com aquelas vozes agudas são poucas, principalmente no início do filme. Os fãs podem reclamar um pouco, mas a opção (arriscada) foi acertada, principalmente porque se trata de um bom elenco.

O roteiro se perde um pouco do meio pro final, quando é preciso mudar a história e contar aquilo que acompanhamos de fato, e quando Zezé começa a crescer e a se apresentar em shows.

O final a gente já sabe: basta conferir na vida real. Mas quem não faz idéia, o longa conta que a dupla já vendeu 20 milhões de discos e mostra um show no Olympia, em São Paulo, filmado neste ano com milhares de pessoas cantando “É o Amor”, a música que tirou a dupla do anonimato.

Foi esta a canção que começou a tocar na rádio local e é aí que aparece uma das cenas mais engraçadas do longa: as pessoas ligando para pedir a música favorita.

O filme contou com orçamento de R$ 5,9 milhões e a trilha sonora leva assinatura de Zezé di Camargo e Caetano Veloso. Com boas canções, duro mesmo é agüentar os fãs fazendo coro durante toda a sessão de cinema.

No final das contas, deixando o preconceito de lado, percebemos que se trata da história de brasileiros que saem do interior do País para ganhar a vida na cidade grande.

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