Depois de praticamente esgotar as possibilidades de contar histórias de princesas, a Disney, ao invés de fazer um novo filme de “A Bela Adormecida”, cuja animação foi lançada em 1959, muda o foco e conta a história da bruxa má em “Malévola” (“Malificent”).
Na produção live-action, a tal bruxa, na verdade, é uma fada, vivida pela exuberante Angelina Jolie. E a história tem algumas nuances alteradas; sua a essência mudou. Malévola, aqui, não é tão má quanto se imaginou a vida toda. Na verdade, ela joga um feitiço irrevogável na princesa Aurora, quando recém-nascida, por puro despeito. Malévola era amiga do camponês que se tornou rei, mas teve as suas asas roubadas e não fora convidada para o batizado da pequena princesa.
Durante a vida de Aurora, que fora criada por três fadas, Knotgrass, Flittle e Thistlewit (respectivamente vividas pelas atrizes inglesas Imelda Staunton, Lesley Manvillee Juno Temple), longe do castelo do pai, Malévola a acompanha, conversa com a menina, sempre na companhia de Diaval (Sam Riley), seu servo, e a quem a fada transforma em corvo, cavalo ou até mesmo homem sempre que precisa de informações.
E seu feitiço é confirmado, quando Aurora, ao completar 16 anos, fura o dedo e é levada por um sono profundo do qual só poderá se levantar após o beijo de amor. Mas aqui nem o príncipe do cavalo branco vai resolver, e Malévola tenta ajudar a princesa. No entanto, nem ela consegue quebrar o próprio feitiço.
Em meio a lutas com o rei no castelo, voos panorâmicos pela floresta onde vive e muitos efeitos especiais em 3D, a plateia vai se divertir com a voz imponente de Angelina Jolie, bem como com o rosto angelical de Elle Fanning (“Super 8“, “Um Lugar Qualquer“), como a princesa Aurora. A filha pequena de Angelina com Brad Pitt, Vivienne, faz o papel da princesa com cerca de dois anos.
Desenhista de produção duas vezes ganhador do Oscar (“Avatar“, “Alice no País das Maravilhas“), Robert Stromberg faz sua estreia como diretor neste filme. Acerta em muitos momentos, como ao dirigir Angelina e a fazer passear entre o bem e o mal com maestria, em um universo sombrio de arrepiar.
O problema aqui é outro. Se queria mudar uma história, teria sido melhor se tivesse construído outra, e não pegar uma que já existisse. Anda faltando criatividade de roteiros em Hollywood, porque, de produção, essa tem demais.