Memória Cinematográfica

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Amigos Inseparáveis

Estreia 8 março 2013

Al Pacino ficou conhecido no cinema quando interpretou o inesquecível Michael Corleone, em “O Poderoso Chefão” (1972). A coroação de seu trabalho como ator chegou quando fez o cego, no belíssimo “Perfume de Mulher”, 20 anos depois.

Os anos se passaram e a carreira de Pacino, no cinema pelo menos, vai ladeira abaixo. A justificativa do astro na escolha do roteiro é o tempo de filmagem e o local. No caso de “Amigos Inseparáveis” (“Stand Up Guys”), por exemplo, como foi feito em Los Angeles, ele tinha tempo de ficar com os filhos gêmeos de 12 anos.

Ora, para um ator veterano de 73 anos, esta parece ser uma justificativa plausível, não fosse pela bobagem que se trata o filme no qual faz o papel de Val, um gângster da pesada que acaba de sair da prisão após cumprir pena de 28 anos e só reclamar. Seu amigo Doc (Christipjer Walken) vai buscá-lo, mas tem a missão de dar cabo no ex-parceiro. E Val sabe que não vai durar muito fora das grades.

O filme todo se passa durante uma noite e, além dos dois amigos, se junta Hirsch (Alan Arkin), que também está “caindo aos pedaços” e fora do jogo há muito tempo. Então, saem juntos para farrear antes de resolverem um problema juntos.


Embora lembre de longe o longa “Antes de Partir”, no qual dois amigos são cúmplices e decidem fazer coisas juntos antes de morrer, a química de Pacino e Walken deixa a desejar. Ao contrário do que acontece com Jack Nicholson e Morgan Freeman. Esses dois, sim, aparentam ser amigos inseparáveis, que pareciam se divertir enquanto filmaram juntos.

Neste longa-metragem dirigido por Fisher Stevens, porém, os atores parecem constrangidos ao pronunciarem os diálogos e filmarem cenas toscas que não acrescentam nada a eles, tampouco ao espectador ou ao cinema.

O filme está sendo vendido como comédia. Esqueça. Há diálogos bem humorados, mas “Amigos Inseparáveis” é um drama que discute aposentadoria (dos gângsteres), volta à ativa, reflexos. Mas a discussão vai além e chega à vida real dos atores, já que, aparentemente, os veteranos de Hollywood estão com dificuldade de encontrar um papel no qual eles se encaixam. Em tempos nos quais as bilheterias inflam com personagens juvenis e que interpretam vampiros sem graça, fica mesmo sem saída.

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