Memória Cinematográfica

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A Princesa e o Sapo

Animação Disney Estreia Oscar 11 dezembro 2009

Faz mais de 70 anos que Walt Disney mostrou ao mundo o que poderia fazer em termos de animação no cinema, quando lançou “Branca de Neve e os Sete Anões”. Isso porque este foi o primeiro longa-metragem de animação. Feito do modo tradicional, ou seja, à mão (2-D), o filme conquistou espectadores e fãs que seguiram o mestre e se apaixonaram por seu trabalho.

Em 1994, porém, outro estúdio, a Pixar, fez uma revolução no quesito animação quando lançou “Toy Story”, o primeiro longa de animação realizado totalmente por computador. De lá para cá, não apenas a Pixar, mas também outros estúdios se aperfeiçoaram e lançaram diversos filmes usando a mesma técnica 3-D. Já a tradicional, essa foi esquecida nas grandes produções.

Na sexta-feira, 11, contudo, estreia a mais nova produção do Estúdio Walt Disney Animation: “A Princesa e o Sapo” (“The Princess and the Frog”), longa feito do modo tradicional, ambientado na cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos, considerada a meca do jazz. Daí o motivo de o filme ser um musical, tal como “A Bela e a Fera” e “Aladdin”.

Na fita, Tiana (com voz de Kacau Gomes, na versão brasileira) é filha de uma costureira que não sonha em se casar, mas sim em ter seu próprio restaurante, já que sabe cozinhar desde pequena. Quando cresce, vai trabalhar em um restaurante, e depois de beijar um sapo, que se diz príncipe, também se transforma em um anfíbio.

Na cidade, o verdadeiro príncipe Naveen (com voz de Rodrigo Lombardi), do reino da Maldonia, procura uma noiva e acaba encontrando uma moça que estava apenas fantasiada de princesa e não consegue voltar a ser humano. Os dois sapos, portanto, vão procurar ajuda no pântano da Louisiana e ambos encontram muitas outras coisas, como os amigos vagalume e o crocodilo que toca sax.

O começo é convencional. O filme inicia enquanto uma moça lê contos de fadas a duas crianças, das quais uma delas, Charlotte, uma menina loira, mimada e rica, só pensa em se casar com um príncipe para se tornar princesa. A outra, porém, é a negra Tiana, batalhadora, tal como o pai, e desde criança guarda o desenho de como será o restaurante com o qual sempre sonhou.

Criado por John Musker e Ron Clements (de “A Pequena Sereia”), o musical (com canções de Randy Newman, de “Toy Story”) mostra ao espectador muito jazz e passos de sapateado. Trata-se, então, de uma versão contemporânea de uma fábula clássica (com inspiração muito clara em “O Sapo Príncipe”, dos irmãos Grimm).

A versão é adaptada para os dias atuais, com personagens mais reais e próximos à nossa realidade, como a garota negra que vive a protagonista, que tem os pés no chão, e o príncipe que chega sem dinheiro nenhum a Nova Orleans.

O produtor executivo John Lasseter, diretor de filmes da Pixar (estúdio que foi comprado pela Disney em 2006), afirma no material de divulgação para a imprensa que se pudesse pôr em prática uma única lição aprendida com o Walt para levar o Walt Disney Animation Studios ao futuro, seria fazer uso da riqueza do seu passado. “A lendária forma de contar suas histórias, seus personagens de sucesso, sua exuberância musical – tudo isso é uma parte essencial do nosso mais novo projeto de animação feito à mão”.

A fita, que tem acabamento impecável, com riqueza de detalhes e é muito bem-feita, discute dinheiro, casamento, objetivo na vida, trabalho. A luta do bem contra o mal também está presente e o lado negro é proposto pelo dr. Facilier, um mago que pede ajuda a almas do outro mundo para se dar bem. Como não podia deixar de estar lá, a lição de moral, típica dos filmes da Disney, se apresenta antes do final, principalmente com a ajuda da feiticeira Mama Odie, que mostra o valor das pequenas coisas. O filme, dedicado às crianças, mostra tudo, não deixa nada subjetivo. Bom para os pequenos, chato para os adultos.

O bom humor do roteiro, porém, é um dos destaques nos quais os adultos vão se animar em assistir à produção que está sendo feita desde 2006. Os diálogos atuais são outro ponto forte. E para finalizar, mais um clichê, afinal, todos vivem felizes para sempre.

Por ser musical, o 49º filme de animação da Disney entedia um pouco, mas não chega a ser um problema, principalmente porque combina com a história e não a torna arrastada. Pelo contrário. O bom humor e a trilha sonora fazem com que os quase 100 minutos de projeção sejam bastante rápidos e emocionantes.

Assista ao trailer.

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