Após hiato de 12 anos, quando estreou “Duro de Matar 3”, Bruce Willis volta às telas como o detetive John McClane no filme “Duro de Matar 4.0” (“Live Free or Die Hard”).
A primeira parte da franquia, de 1988, foi dirigida por John McTiernan, também responsável pela terceira. Já a segunda ficou a cargo de Renny Harlin, em 1990. Desta vez, a responsabilidade fica sob a batuta do quase estreante Len Wiseman, que praticamente começou no cinema respondendo pelo departamento de arte de filmes como “Indepenence Day”, “MIB – Homens de Preto”.
Nesta seqüência, que estréia dia 3, seu trabalho é executado com competência, na medida que se trata de um filme de ação, com muito barulho e movimento. É o tipo de longa-metragem cuja ação não pára e ao mesmo tempo dá um chacoalhão no espectador, dizendo: “Isso não é real, trata-se apenas de um filme”. Carros voando, gente despencando de enormes alturas e resistindo, avião planando como se fosse helicóptero, explosões. Todas as cenas estão lá, como diz o padrão.
Wiseman aponta suas lentes para uma história contemporânea, pois fala sobre o ataque aos computadores dos Estados Unidos. No feriado de Independência daquele país, McClane está em Nova York “dando uma de pai”, quando vê sua filha Lucy (Mary Elizabeth Winstead), já universitária, se agarrando com um rapaz dentro do carro.
No entanto, ele recebe um chamado dizendo que precisa ir a Camden buscar um jovem hacker, Matt Farrell (Justin Long), e levá-lo até o FBI.Como era de se esperar, os dois estão no lugar errado, na hora errada, pois Farrell está sendo perseguindo por um concorrente, o terrível Thomas Gabriel (Tymothy Olyphant), que conta com a ajuda de uma grande equipe, incluindo a sedutora Mai (Maggie Q), para transferir dinheiro do governo para a sua conta corrente.
Embora o roteiro seja confuso, já que fala de tecnologia, vírus e antraz, os personagens vão resolvendo os problemas com os diálogos, mesmo que as conversas terminem em: “Não sei como aprendi a usar este aparelho”.
Bruce Willis volta ao papel à vontade e em boa forma. Um dos pontos altos, além das cenas de ação bem-feitas (apesar da inverossimilhança), é o bom humor do roteiro, principalmente as piadas e as ironias vindas de McClane.
Se a intenção do filme é privilegiar a movimentação, as explosões sem-fim, e no final mostrar o mocinho todo estrupiado, sangrando, com apenas um Band-Aid no nariz, sim, a missão foi cumprida. Este realmente é duro de matar. E de morrer.