Na onda de filmar histórias em quadrinhos e fazer continuações sem fim, nesta sexta, 29, chega aos cinemas brasileiros o longa-metragem “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado” (“Fantastic Four: Rise of the Silver Surfer”).
Na primeira parte da franquia, que estreou em 2005, o diretor Tim Story se preocupou em apresentar os personagens e como os cientistas Reed (Ioan Gruffudd), Sue Storm (a bela Jessica Alba), Johnny Storm (Chris Evans) e Ben (Michael Chiklis) viraram Senhor Fantástico, Mulher Invisível, Tocha Humana e O Coisa. No final, Fantástico pede a mão da Mulher Invisível em casamento, justamente para contrariar a fama que ele tem de viver apenas para o trabalho.
É a partir daí, então, que começa a continuação do filme, quando os super-heróis estão mais à vontade no papel que estão exercendo perante a sociedade e já não se preocupam em esconder sua dupla personalidade. Porém, a turma agora terá de enfrentar o Surfista Prateado, que chega à Terra a mando de Galactus, o destruidor de mundos, com o intuito de preparar o planeta para a destruição e, portanto, começa a causar o caos.
O surfista usa uma prancha como as de surfe, que tem poder cósmico de absorver e manipular as energias dos ambientes do universo. O personagem, totalmente digital, teve os movimentos capturados do ator Doug Jones. Mas quem lhe dá a voz é Laurence Fishburne (de “Matrix”). Além de ter de desvendar o enigma do Surfista, os heróis terão de encarar novamente o Dr. Destino (Julian McMahon), que está ainda mais poderoso.
Nesta continuação, o Quarteto Fantástico não fica apenas em um local, já que viaja para o Japão, para a África e outros locais, a fim de deter o mal. Uma das novidades é que eles trocam de personalidade e de poderes (um dos momentos mais divertidos e cruciais do filme). Diversão, aliás, está implícita na fita, pois os espectadores vão dar risadas em algumas passagens, como quando Stan Lee (o próprio e criador dos personagens) é barrado na porta ao tentar entrar no casamento de Sue e Reed.
Os personagens, como nos quadrinhos, são mais voltados para a família, e o longa retrata exatamente isso, quando se preocupa em focar o casamento de Sue e Reed, o romance de Ben e a nova namorada de Johnny. Ele, aliás, é o mais empolgado da turma, que se envolve com os seus poderes, brinca de voar ao lado do avião e quer dirigir o carro projetado por Reed.
Na fita, os espectadores também poderão observar o lado humanizado do Surfista Prateado, que embora tenha de servir ao seu senhor, mostra compaixão.
O filme não se prende em apresentações, como na primeira parte. Contudo, a história demora um pouco a se desenvolver, de modo que a ação só surge do meio para o final do filme, que tem apenas 92 minutos. Os efeitos especiais aplicados são o melhor da história, que contribui para o trabalho de Tim Story.
O diretor posiciona suas câmeras corretamente, mostra os poderes de cada personagem, mas sem exagerar, e conta uma história eficiente, embora demore um pouco a engrenar. O final, que tem aquele ar de “e viveram felizes para sempre”, também mostra que pode-se esperar mais uma continuação.