Ver Anthony Hopkins atuar é sempre um presente. Com o seu mesmo jeito sarcástico de representar um criminoso, tal como nos excelentes “Hannibal” e “O Silêncio dos Inocentes”, Hopkins volta às telas nesta sexta, dia 11 de maio, para interpretar um outro criminoso em “Um Crime de Mestre” (“Fracture”).
Desta vez ele é Ted Crawford, um marido traído que descobre o caso que sua jovem esposa Jennifer (Embeth Davidtz) tem com um delegado de polícia.
O assassinato acontece nos primeiros 10 minutos da fita, e o detetive Rob Nunally (Billy Burke), ao lado do promotor público Willy Beachum (Ryan Gosling), vão tentar desvendar o mistério, já que Ted confessou o crime informalmente e sabe exatamente o que fazer para se livrar da pena.
O promotor, aliás, vive uma história paralela no filme, e tenta acabar com o seu conflito interno que é o de sair da promotoria pública e alçar novos vôos em um escritório de advocacia, onde vai ganhar mais dinheiro, e trabalhar ao lado da ambiciosa advogada (Rosamund Pike) no novo emprego.
Com uma câmera na mão, o diretor Gregory Hoblit (“As Duas Faces de um Crime”) aproxima o espectador dos personagens, faz de suas lentes os olhos da platéia, que acompanha a trajetória do assassino. O jogo de luz e sombra compõe a fotografia de Kramer Morgenthau em planos sofisticados e envolventes.
Sempre atormentado e irônico em seus personagens, Hopkins é generoso com os atores em sua volta e sempre contribui para o sucesso da fita. “Um Crime de Mestre” é daqueles filmes para ver e admirar o bom trabalho de atores singulares, que mesmo fazendo o vilão várias vezes na telona conseguem dar o toque único, sem ser repetitivo, mas completamente envolvente.