Memória Cinematográfica

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Nome de Família

tatianna 24 maio 2007

Deixar para trás a sua família, o local onde você cresceu, para viver em um país estranho depois do casamento não é uma tarefa fácil. Nem incomum. Aliás, muitos imigrantes trocam os seus lares por locais prósperos com a finalidade única de progredir. Pois bem, por ser uma imigrante do sul da Ásia, nos Estados Unidos, a diretora Mira Nair (“Um Casamento à Indiana”) resolveu contar nas telas a mais pessoal de suas histórias. “Nome de Família” (“The Namesake”), que estréia neste dia 25, versa sobre esta troca de país e a adaptação das pessoas em um novo local, e também sobre a carga que existe em um nome e sobrenome.

Entre Nova York e Calcutá, na Índia, Mira aponta suas lentes para um problema que inclui preconceito, mas também para a aceitação que as pessoas têm ao levar os seus nomes para o resto da vida, mesmo que ele não seja o mais bonito e ou mais bem-inspirado do mundo.

Baseado em livro escrito por Jhumpa Lahiri, o longa-metragem confronta duas gerações (pais e filhos) que se chocam e discutem sobre o que é ser uma família americana.

Depois de se casarem em uma cerimônia arranjada, Ashoke (Irrfan Khan) e Ashima (Tabu) saem do típico calor de 40 graus de Calcutá e seguem para a neve de Nova York, em 1977. Lá ela conhece as dificuldades do idioma, mistura cereal com curry, presencia a solidão.

O primeiro filho do casal, Gogol (Kal Penn), teve o seu nome escolhido às pressas. Mais tarde, na adolescência, ele decide mudá-lo, já que virou motivo de chacota por levar o nome de um escritor russo do século 19.

Em uma visita à Índia, a família vai conhecer o Taj Mahal e Gogol decide que será arquiteto. Com uma profissão próspera, com nome trocado, só falta a Gogol uma namorada americana para fugir do seu destino marcado. Então, ele namora a bela e loira Maxime (Jacinda Barrett), uma moça com todos os padrões norte-americanos (embora a atriz seja australiana).

Com imagens tocantes, paisagens bem desenhadas e direção intimista, a fita apresenta boa história, principalmente no quesito choque cultural, mas sem ser clichê. As dificuldades dos personagens são reais e o espectador consegue se identificar com elas. A trilha sonora assinada por Nitin Sawhney é como a cereja do bolo para coroar uma obra bem-sucedida.

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