Memória Cinematográfica

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O Ilusionista

tatianna 7 dezembro 2006

Da semente de uma laranja, uma laranjeira surge e cresce aos olhos de uma imensa platéia, incluindo a Família Real, que encara a mágica como um grande acontecimento. Na Viena do início do século 20, quando as brigas políticas pelo império estavam no auge, as perseguições também eram bastante acirradas, principalmente quando surge uma figura estranha, que tenta envolver os moradores da cidade, ganhar dinheiro com seus shows ou talvez ser mais um charlatão, na concepção do futuro imperador e do ambicioso e “não completamente corrupto” (como ele mesmo diz em uma passagem do filme) inspetor da cidade.

No longa-metragem “O Ilusionista” (“The Illusionist”), parceria entre os Estados Unidos e a República Checa, o ator Edward Norton (“Clube da Luta”) interpreta o papel principal no segundo filme dirigido por Neil Burger, que estréia nesta sexta-feira, dia 8 de dezembro.

A fita, baseada no conto de Steven Millhauser, ganhador do Prêmio Pulitzer, traz também no elenco o talentoso Paul Giamatti, protagonista do longa “Sideways – Entre Umas e Outras”, como o inspetor Uhl.

A trama mostra imagens intercaladas do garoto que, no futuro, fica conhecido como Eisenheim, O Ilusionista. Na infância, ele é filho de um marceneiro e amigo de uma menina que pertence à alta sociedade, fato que não é visto com bons olhos.

Depois de adultos, eles se reencontram, mas ela, a duquesa Sophie Von Teschen (a bela Jessica Biel), já está de casamento marcado com o ciumento príncipe Leopold (Rufus Sewell). Quando aprende diversos truques, ele resolve viajar o mundo e depois retorna à cidade natal para fazer apresentações e ganhar dinheiro.

Entre uma perseguição e outra, Eisenheim ainda tem esperança de conquistar o coração da amiga que até hoje carrega consigo um amuleto confeccionado pelo filho do marceneiro.

A impecável direção de arte mostra o figurino alinhado, os hábitos daquela época e o cenário é basicamente o teatro, embora existam cenas nos cafés, nas ruas da cidade e no campo. Com imagens que se revezam entre o passado e o presente, o longa tem ritmo e o roteiro, escrito também por Neil Burger, envolve o espectador, principalmente do meio para o final da fita, quando as expectativas para o “gran finale” começam a despontar.

No recém-lançado “O Grande Truque“, de Christopher Nolan, dois mágicos que costumavam trabalhar juntos brigam e o mote vira a perseguição para a descoberta do segredo do concorrente. Em “O Ilusionista”, o segredo do personagem-título também é a busca do inspetor, mas aqui desvendar o mistério vai satisfazer apenas o ciúme do príncipe, que teme que seus ambiciosos planos de acabar com o imperador não dêem certo.

Produzido por Cathy Schulman, vencedora do Oscar 2006 de Melhor Filme por “Crash – No Limite“, e por Michael London, indicado ao mesmo prêmio por “Sideways – Entre Umas e Outras”, em 2005, o longa se mostra maduro, com ritmo envolvente e surpreende no final até os mais atentos dos espectadores.

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