Memória Cinematográfica

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1972

Nacional tatianna 24 novembro 2006

O ano em que Caetano Veloso voltou ao Brasil, após três anos de exílio em Londres, é o pano de fundo para o primeiro longa-metragem de José Emilio Rondeau. “1972” estréia nesta sexta-feira, dia 24, nos cinemas.

Nos Anos de Chumbo, no Brasil, Júlia (Dandara Guerra) trabalha na redação de um jornal, mas tem como objetivo escrever sobre rock and roll. Naquela publicação, porém, é inviável. É por isso que sua chefe, Iracy (Louise Cardoso), a demite, para que Júlia possa ir atrás do seu sonho.

Do outro lado da cidade vive Snoopy (Rafael Rocha), cujo sonho é consolidar sua banda, a Vide Bula, ao lado dos amigos Zé (Bem Gil) e Piolho (Pierre dos Santos).

Na ocasião da exibição do documentário “Gimme Shelter”, dos Rolling Stones, o músico e a jornalista se encontram e iniciam uma relação marcada por hesitações típicas da idade. O longa-metragem conta uma história de adolescente para adolescente.

Apaixonados pelos Rolling Stones, os personagens exibem o símbolo da banda, mas em nenhum momento a música de Mick Jagger faz parte da trilha sonora. Há apenas imagens de um show que marca o início da turnê americana em fusão com a apresentação da Vide Bula.

Faltam aos personagens, além de emoção na interpretação, características dos jovens da época, que tinham como principal motivação o sexo (motivo para chamar a atenção na época da Ditadura Militar) e o uso de drogas, que era bastante comum.

Vindo do videoclipe, Rondeau perde um pouco a mão na linguagem quando migra para a telona. Mais do que a direção fraca, o roteiro de sua autoria, ao lado de Ana Maria Bahiana, é frouxo e o argumento é tolo. Talvez a opção por usar atores desconhecidos seja um tiro n’água, porque não possui o chamariz nem para atrair o público e fazer a bilheteria.

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