Memória Cinematográfica

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A Noiva Síria

Curto circuito tatianna 18 maio 2006

É mais um filme político, retratado em forma de romance. “A Noiva Síria” (“The Syrian Bride”), produção de Israel, França e Alemanha, que estréia nesta sexta, dia 19 de maio, fala sobre a briga entre Israel e Síria.

A discussão da história, no entanto, não é nova. Faz eco à situação durante a Primeira Guerra Mundial, quando após a queda do Império Otomano, a Síria foi administrada pela França até a independência, em 1946. A Síria reivindica a devolução das Colinas de Golan, ocupadas por Israel na Guerra dos Seis Dias (1967) e anexadas em 1981. A área é estratégica e nela situam-se nascentes de rios, entre as quais a do Jordão, o mais importante na região desértica. Recentemente, Síria e Israel têm mantido conversas de paz sobre o retorno das Colinas de Golan.

Na ficção, a noiva Mona (Clara Khoury) vive na fronteira entre Israel e Síria, nas colinas de Golan. Até que ela se apaixona por um apresentador de televisão Tallel (Derar SlimanTallel), que retribui o amor, embora só a conheça por foto. Ela mora em Israel e ele vive na Síria. Para ficarem juntos, o destino é o casamento.

O mote, porém, é que ela vai ter de largar a família ao se mudar para o outro lado, uma vez que não há volta para aquele que deixa o país. Uma militante da ONU (Organização das Nações Unidas) tenta ajudar as famílias dos dois lados, fazendo a intermediação com as polícias da fronteira. A burocracia é tanta, que a cena vai se repetir durante muitas passagens no longa-metragem.

Além de tentar resolver o problema do casamento da noiva, a família ainda tem de passar por cima de problemas antigos, como o casamento de um dos filhos com uma moça russa, de religião diferente. A irmã de Mona, Amal (Hiam Abbass), é um dos principais personagens que tentam recusar a falta de critério da polícia, assim como ela mesma se envolve com a causa, já que quer acabar com os problemas políticos e as tradições esquizofrênicas.

Vencedora do Festival Internacional de Cinema de Locarno, do Festival Internacional de Cinema de Flandres e do Festival do Cinema Mundial de Montreal, tudo em 2004, “A Noiva Síria” é dirigida por Eran Riklis. Falado em árabe, o longa conta com atores palestinos israelenses e a fotografia de Michael Wiesweg mostra Israel em forma de montanhas infinitas que dão à obra a sutileza que ela necessita.

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